Às 10h de 16 de setembro de 2017, na respectiva Sede situada na Rua Agripa de Vasconcelos, nº 81 (Alto das Mangabeiras,
em
Belo Horizonte-MG), a Academia Municipalista de
Letras de Minas Gerais ─ AMULMIG
─, sob a presidência do Escritor
César Pereira Vanucci,
em Sessão Solene de Posse, introduziu em seu notável
Quadro de Acadêmicos Efetivos o Poeta João Bosco de Castro, como representante do Município
de Bom Despacho-MG, sob a patronia do Protopoeta Bom-despachense José d’Avó Gontijo.
Conduziu, brilhantemente, os trabalhos
socioliterários a Cerimonialista Odontóloga Beatriz Campos de Paulo, de Bom Despacho,
Namorada do Novo Acadêmico.
A Mesa-Diretora da Sessão
Solene compôs-se do Escritor César Pereira
Vanucci, Presidente da AMULMIG,
Escritora Elisabeth Fernandes Rennó de Castro Santos, Presidenta do Conselho
Superior da AMULMIG,
Poeta Luiz Carlos Abritta, Presidente Emérito da AMULMIG,
Escritora Marilene Guzella
Martins Lemos, Presidenta da Arcádia
de Minas Gerais,
Trovadora Dora Galinari,
Presidenta da União Brasileira de Trovadores ─
Seção de Minas Gerais, Novo Acadêmico
Poeta João Bosco de Castro,
Senhora Jacira Madeira Gontijo,
representante da Família
d’Avó Gontijo e Neta do Patrono
José d’Avó Gontijo, e Professora Samira Maria Araújo, representante do Município de Bom Despacho,
como Diretora do CESEC e Assessora
da Superintendência Educacional
de
Pará de Minas-MG.
Outras Instituições fizeram-se representar no Magno Evento: Maçonaria
Universal: Past-Master Antônio
Viçoso Gérken Júnior e Venerável-Mestre Fábio Campos de Paulo; Portal Informativo Pontopm: Coronel e Policiólogo Isaac de Oliveira e Souza; Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais: Jornalista-Historiador Ozório José Araújo do Couto; Fundação Guimarães Rosa: Coronel Zílton Ribeiro do Patrocínio; Academia Epistêmica de Mesa Capitão-Professor João Batista
Mariano: Acadêmico
Eduardo César Reis e Acadêmica Elza Maria de Magalhães; Academia de Letras João Guimarães Rosa: Acadêmico Sérgio Henrique
Soares Fernandes; e Clínica
Cardiológica: Major-Médico
Álvaro Álvares da Silva.
O Poeta João Bosco de Castro, ainda na situação
de neoacadêmico, foi conduzido à Mesa-Diretora pela Comissão formada
pelos Acadêmicos Luiz Carlos Abritta, Ângela Togeiro
Ferreira e Marilene Guzella Martins Lemos.
O Novo Acadêmico
foi saudado em substancioso Discurso proferido pela Acadêmica
Elisabeth Fernandes Rennó de Castro Santos,
cujo texto assevera:
“O nosso Neoacadêmico é o
fundador da Academia Epistêmica
de Mesa Mariano, dedicada
aos estudos sobre Natureza e Cultura, a que pertenço. (...)
O Professor João Bosco é romancista, contista,
poeta, jornalista, policiólogo e camonólogo, entre as suas faces culturais. Professor de Língua e Literatura Românicas.
Professor Titular
de Ciências Militares, na área da Defesa Social,
na Academia de Polícia Militar.
Presidiu a Alliance
Française, de 2010 a 2011. Sempre batalhou pela humanização do Policial Militar, introduzindo em seus currículos atividades sociais, leitura
e apreciação de preceitos
formativos, concernentes à Literatura, Filologia, História, Educação, Filosofia. Mestre consciente na formação global
de seus alunos.
Orador brilhante,
sua palestra [de João Bosco de Castro] em homenagem a Camões e à Língua Portuguesa foi uma das mais brilhantes ouvidas na Universidade Livre da Academia Mineira
de Letras.
(...)
Sentimo-nos honrados
com esta aquisição representada pela posse
de João Bosco de Castro, que vem iluminar e acrescentar valores e propósitos com seu cabedal de conhecimentos, sua experiência literária, didática
e criativa aos quadros
da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais.
É para mim completude
dignificante recebê-lo
em nossa comunidade
literária, Acadêmico João Bosco de Castro.
(Assinado...) Elizabeth
Rennó.”
A excelente
Cerimônia de Posse foi magistralmente musicada pelo Tenor Marzo Sette Torres, com a apresentação do Hino Nacional Brasileiro, Oração de São Francisco
de Assis e as árias
Aquarela
do Brasil, La Vie en Rose
e Moon River.
Três excertos literários de João Bosco de Castro
foram esplendidamente oferecidos a Acadêmicos, Visitantes e Convidados pela expressiva leitura
realizada pela Administradora Débora
Lis Azevedo Castro Mota (filha do Novo Acadêmico), do poema Boifonia; pelo
Estudante
Arthur Azevedo
Castro
Mota
(neto
de
João
Bosco), da
Recitação I. Fortuna Ecológica, no livro-poema Elogio à Criação; pela Professora Samira Maria Araújo (Diretora do CESEC em Bom Despacho), de sugestivas
partes do romance
O Mandachuva.
O Presidente da AMULMIG, Escritor
César Pereira Vanucci, em sua eloquência, louvou
o primor de toda a Sessão de Posse,
com ênfase concentrada na fala irrepreensível de
Elisabeth Rennó em
nome do Sodalício, na leitura impecável
dos construtos literários de João Bosco de Castro por Débora,
Arthur e Samira, e no Discurso-Panegírico lavrado e proferido
pelo Novo Acadêmico
em homenagem ao Município
de Bom Despacho e ao Poeta José d’Avó
Gontijo, Patrono da honorável
Cadeira nº 329.
Em referido Engenho de Oratória, João Bosco de Castro minuciou
a importância de Bom Despacho em sua vida ─ particularmente na infância, adolescência e início de seus labores de Oficial da Polícia Militar e Professor
─, a marcante
atuação de seus Pais e
Professores ─ acentuadamente Maria de Lourdes d’Avó Gontijo,
Nicolau Teixeira Leite e Geraldo
Majela Melo Santos ─, o vigor da
Vila Militar do Sétimo Batalhão de Infantaria, cujo Bangalô nº 20 ─ em poderoso e festejado
Porão ─ serviu de sala de aula do Curso de Admissão
ao Ginásio, de 1962 a 1965, sob a regência do imberbe João Bosco,
professor prematuro, e
a biografia do Protopoeta José d’Avó Gontijo
e apresentação crítico-historiográfica da respectiva Obra Literária, de indiscutível mérito metafórico e sugestivo
segundo os padrões
do Romantismo e Romantismo-Realista, em cerca de trezentos poemas e alguma prosa.
Por volta das 12h30min, encerraram-se as lides socioliterárias da Posse Academial de João Bosco de Castro e serviu-se a Acadêmicos, Visitantes e Convidados, na Esplanada
da Sede da AMULMIG, lauto
e saboroso Lanche Colonial, sob os cuidados de Sônia
Ferreira e Lili.
___________________________
Discurso de Posse do Poeta João Bosco de Castro na Cadeira
nº 329 da Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais (AMULMIG), patroneada pelo Poeta José d’Avó Gontijo, como representante do Município
de Bom Despacho-MG, às 10h de 16 de setembro
de 2017, na Sede do Sodalício (Rua Agripa de Vasconcelos, nº 81, Alto das Mangabeiras, em Belo Horizonte-MG).
[Vocativos...]
Renutro-me de saudável alegria
e distinta honra, neste ambiente festivo de Erudição, Humanidades e Confraternização, para assumir
a Cadeira Areopagítica nº 329 desta respeitável Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais
─ AMULMIG ─, a profícua e agradável Casa de São Francisco
de Assis, na situação
feliz de representante de Bom Despacho.
Alcanço este Laurel, mercê da compreensão dadivosa de meu Padrinho
César Pereira Vanucci e minha Madrinha Elisabeth Fernandes Rennó de Castro Santos, expoentes do Jornalismo, Literatura, Lusofonia e Teoria
Literária, em Minas Gerais
e muitos núcleos celebráveis da Língua de Camões e Castro
Alves, ao longo de nosso cantaroleiro Brasil. A estes Próceres
da Arte da Palavra, na AMULMIG,
meu muito obrigado!
Sou patafufo de nascença e cartório,
a partir de 31 de janeiro
de 1947, mas Bom- Despachense de crença e amor, de convicção e seiva, desde janeiro
de 1949, quando cheguei àquela
Terra do Cristal
burilada pelo Capitão
Manuel Picão Camacho.
De janeiro de 1950 a outubro
de 1952, aproveitei-me das bonanças
de Lavras. Gosto de Pará de Minas, mas vivo Bom Despacho,
de onde saí, para onde retornei e de onde ressaí, por razões de vida e profissão, onde morei e aonde volto, por amor e crença, ar puro e seiva humana
e teatro de convicção
do valor afável do sorriso cativante, pelo calor humano, sempre ao embalo da receptividade ímpar de nossos adoráveis e mexericosos Cagaiteiros. Varei “longes terras”, a
partir de Bom Despacho, a serviço policial-militar e fainas
de magistério e
pesquisa, como Itaúna, Patos de Minas, Patrocínio e Uberlândia ─ onde morei, pacifiquei, ensinei
e aprendi ─, além de passageirar por muitos recantos paulistas, goianos,
baianos, e vários
mineiros, para cumprimento de ritualística de polícia
judiciário- militar em favor da Ética e Paz Social.
Moro em Belo Horizonte, repicadamente: em 1960, no
Padre
Eustáquio; em
1966-1971,
no
Prado Mineiro
(como cadete
do
Curso
de Formação de Oficiais e aspirante
e tenente professor
de Português e bases policial- militares); em 1973-1974, no Serrano; desde 1985 até
agora, no Sagrada Família e
Santa Teresa. Tolero
Belo Horizonte. Gosto de Pará de Minas.
Respiro e vivo Bom Despacho!... Na Cidade-Sorriso, a vida acertou-me os passos, na Vila Militar do Sétimo
Batalhão de Infantaria, Bairro São Francisco
e Centro: nº 205 da Rua Padre
Vilaça.
A Vila Militar
forjou-me a polimorfa meninice
e o miolo da adolescência, nos jardins,
coreto, cine-teatro e encantos
do Quartel, Capelania
de Santa Efigênia
dos Militares ─
como coroinha do Capitão-Capelão Padre César Alves de Carvalho, sob o zelo prodigioso do Sacristão
Cabo Valdevino Leite da Cunha e Diácono Waldemar Chaves de Araújo
(atual Bispo Emérito da Diocese
de São João d’El
Rey): meu iniciador
nas belezas densas do Latim, particularmente para os ofícios litúrgicos ─ e na fantástica Escolinha (hoje, Escola Coronel
Egydio Benício de Abreu),
remanescente da Escola Regimental do “Machado de Prata”, onde absorvi
conhecimentos de Escoteiro e Lobinho,
pela correção moral, pedagógica e cívica do então Sargento José Modesto de Faria, e traquejos de educação
física, ministrados pelo então Sargento João Fidélis
Campos, protótipo de prudência
e honradez, aos moldes irrepreensíveis de meu Professor de
Excelências e Bons-Modos, meu querido Pai, àquela época também Sargento da Polícia
Militar, João Rodrigues de Castro.
Ainda na mesma Vila Militar
do “Machado de Prata”, nos chalés nº 4 e nº 7 da Rua do Meio, e nos bangalôs nº 13 e nº 20 da Rua dos Oficiais, entre muitos irmãos e irmãs da escadinha familiar, modelei-me nas melhores aulas de Ética e Utilidade
Social, em família, pela insuperável Escola Informal
cujas Professoras, de poucas
Letras e poderosas Tretas ─ minha Mãe Maria Ramos de Castro e minhas Avós Maria Madalena de Jesus e Francisca Mariana de Jesus ─, formavam
muito e informavam pouco, mediante
a Cartilha polimórfica e polissêmica fundada
e transmitida pelos rigores
práticos da Linguagem
dos Bons Exemplos.
Nas glebas de sessenta
e três hectares
do Batalhão, contíguas
com a Vila Militar,
e em outras
cercanias bucólicas, dentre as quais a área onde se instala
a aprazível Chácara do Sô Gê
Rodrigues, pratiquei os princípios da arte venatória: arapucas e bondosos laços e armadilhas de pegar pássaros,
pequenas aves silvestres, além de coelhos, preás, quatis e quejandos, entre os exercícios militares da
Infantaria da Força Pública e Tiro de Guerra
nº 72.
À larga da Vila
Militar do Batalhão dos Compadres
(apelido afetuoso e macio do
“Machado de Prata”!...), pude ficar satisfeitíssimo, naquela minha
fase impetuosa e jovial, com meu desempenho solto de artes e tretas venatórias contra
incautos xintãs- xororós
e gordas cordonizes, ou com pescarias
de matula contra gulosas traíras e enfezadas piranhas ─ nada de timbó,
tarrafa ou rede, só o anzol e perereca,
à moda legítima de pescador
autêntico! ─, lá pelas bandas do Corgo d’Areia
ou Riacho do Sô Nego, até aos encantos
da Lajinha
do Zé do Roque, ou cerrados
e campinas
do Martinho Cambaúba, ou pelas veigas do Juca Rufino e pântanos do Simeão,
nos poções do Piraí, Bagaços e Perobas,
por onde escorrega a pichorra do piscoso Picão,
um regato mais gordinho (com marcas
do sobrenome do Desbravador de Bom Despacho), endeusado pelas
famas e mistérios de rio de verdade
e excelente: igapará-etê!
No Grupo Escolar
Coronel Praxedes
e Ginásio Estadual
(hoje, Escola Doutor
Miguel Gontijo) de Bom Despacho, e no Curso de Admissão ao Ginásio
da Escola Regimental, encontrei meu melhor e mais sumoso
Canteiro de Conhecimentos. No Coronel Praxedes, aprendi muito e bem. Em tal Liceu Primário,
achei minha Diva ─ da marca daquelas de Ataulfo Alves, em
seu emblemático e inesquecível poema-hino Meus Tempos de Criança. Refiro-me
à Educadora Dona Maria de Lourdes
d’Avó Gontijo, a Professorinha de meus edificantes bê-á-bás, nas cartilhas de linguagem, tabuada e regra de três da Aritmética, Gramática, leitura, composição (nome dado à prática de redação),
histórias e estórias,
Literatura, Ciências Naturais (em sala de aula e laboratórios, na Escola
e na Residência da Eminente
Mestra, aonde íamos, obrigatoriamente, no período
vespertino de algumas quartas-feiras... Ai de quem
não fosse!...). Dona Lourdes
─ coeva de notáveis Educadoras, como Eulina
Simão, Maria Auxiliadora Teixeira Guerra, Léa Handam [de Resende], Célia Calais e Divina Campos [de Paulo, mãe de minha Beatriz Campos de Paulo, mestra de cerimônias desta Magna Sessão Acadêmica...] ─ era Neta grandiosa do primeiro Poeta Bom-Despachense José d’Avó Gontijo, meu solene Patrono
da Cadeira nº 329 desta veneranda
Casa de São Francisco
de Assis, nossa inatacável AMULMIG, a partir
de agora.
No Curso de Admissão ao Ginásio
da Escola Regimental do “Machado
de Prata”, às noites de 1961,
encantei-me com as prolíferas lições de Português
e História do Brasil (ensinadas pelo Sargento
Marcos Morais de Almeida e continuadas pelo Sargento
Raimundo Meneses), de Matemática e Geografia
(ministradas pelo Sargento
Geraldo Camargo
de Jesus). Esses Militares-Educadores continuam vivos em minhas
lembranças de gratidão
e reconhecimento indeléveis. Com o prodigioso Livro do Curso de Admissão ao Ginásio, produzido por quatro Titãs da
Educação Brasileira (Aída Costa ─ Português, Matemática ─
Ari Quintela ─, Geografia ─
Aroldo de Azevedo ─, e História
do Brasil ─ Antônio José Borges Hermida ─), os três Sargentos-Professores fizeram-me tanto bem quanto a Emérita Mestra Maria de Lourdes
d’Avó Gontijo, de quem ouvi as primeiras referências
a seu Avô-Poeta
José d’Avó Gontijo.
De 1962 a 1965, já aluno do Curso Ginasial,
atrevi-me a lecionar o tal Curso de Admissão
ao Ginásio, com eficiência, eficácia e efetividade, no Porão do Bangalô
nº 20 da gloriosa
Vila Militar. Eu sabia tudo, mas tudo mesmo,
do amplo conteúdo
daquele poderoso Livro de quatro Autores. Aprendia no Ginásio
estadual, de dia, e ensinava
─ mas também aprendia muito ─ em meu poderoso Porão, à noite, até matricular-me no Curso
de Formação
de
Oficiais da Polícia Militar e
vir para Belo Horizonte.
No Ginásio
Estadual de Bom Despacho,
revigorei-me com o respectivo Diretor,
o profundo e
legítimo Professor Nicolau
Teixeira Leite ─ casado, em segundas
núpcias, com outra Neta de meu Patrono: a Professora Íris d’Avó Gontijo,
renominada Íris Gontijo Teixeira,
irmã de minha marcante
Mestra. Em tal Educandário, logrei felicidade e consistência, graças ao elevado estalão de seus Professores: Geraldo Majela
Melo Santos (Patrono de gloriosa
Cadeira desta AMULMIG), Joesse Melo Queirós,
Léa Nilce Mota Pereira,
Laércio Rodrigues, Elvino Paiva de Oliveira, José Calais de Resende
Filho, Clarinda Teixeira Guerra, Júlio
Malaquias, Sargento Geraldo Mascarenhas, Cornélia Maciel Gontijo
(a lendária Dona Liquinha)
e um outro Doutor Majela, sob os auspícios
da Secretária Cotinha Pessoa e dos Disciplinários Maricota Marques, Adriano Bento da Silva e
César Cardoso.
Naqueles tempos, a Educação Brasileira não claudicava, porque bem-acimentada nos rigores de Chico Ciência,
Helena Antipoff, Henrique Schimitz, Elza de Moura (viva ainda, com cento e dois anos), Abgar Araújo de Castro Rénault
e Saul Alves Martins
(Coronel da PMMG, Professor da APMPra.
Min., UFMG e PUCMG,
construtor da primeira
piscina de Bom Despacho, em 1944... Celebra-se, no próximo 1º de novembro,
o centenário natalício de Saul).
A Banda de Música
do Sétimo Batalhão
(ainda de Infantaria) fazia
especial prodígio, no Coreto e Cine-teatro da Vila Militar, em praças de
Bom Despacho e cidades
vizinhas, em retretas,
serenatas, cantatas, desfiles
militares e comemorações religiosas, cívicas e sociais, sob a regência dos Subtenentes-Maestros José Milagres
de Coimbra e José Floriano de Souza, musicistas de elevada autoridade artística e regentes
zelosos de batuta invejável. Foram substituídos por outro Prócer da Arte de Euterpe, o Subtenente- Maestro Vicente
de Araújo Silveira, meu primo, profundo conhecedor de harmonia e musicista erudito e sensível.
Em julho de 1965, aquela
Banda Militar, regida pelo Subtenente José Floriano de Souza, com a ajuda prestimosa do Professor
Geraldo Majela Melo Santos, o
polimorfo e polissêmico Majelão ─ a Enciclopédia da Cidade ─, executou,
magistralmente, “La
Marseillaise”, Hino patriótico da França, no Cine-Teatro (atual Auditório)
do Batalhão, no Comando do Tenente-Coronel Wílson Mansos da Cruz, como parte da homenagem bom-despachense a Alunas e Educadoras de escola religiosa
de Paris, visitantes ilustres à Cidade-Sorriso. Preparados pelo Professor Majela, quanto à letra, e Subten.
Floriano, quanto à música, os Ginasianos do Miguel Gontijo, Professor Wílson e Colégio
Tiradentes da PMMG cantamos, com fervor e acerto,
o belo Hino Francês, para enlevo cívico
das Visitantes.
Fui para o Sétimo Batalhão,
em 1971, e dele saí, em 1973, com residência em Bom Despacho e Itaúna.
Em Bom Despacho,
de 1971 a 1973, lecionei
Língua Portuguesa e Educação
Artística, no Colégio
Estadual Doutor Miguel Gontijo, e Língua Portuguesa
— além de ter exercido a Administração Educacional ─ no Colégio Tiradentes da Polícia Militar. Casei-me, então, em Araújos pela Cidade-Sorriso, com Maria das Graças
Azevedo Miranda, em 17 de dezembro de 1971, transnominada para Maria das Graças Azevedo Castro, mãe de minhas
quatro Filhas (Débora Lis, Janahina
Záhida, Bruna Dáphne e Ana Lívia: as duas primeiras e a quarta de Bom Despacho, a terceira
de Patos de Minas)
e avó de meus cinco Netos (João Pedro, Arthur, Luísa, Clarice e John: o primeiro
destes nascido em Bom Despacho). Vivemos harmoniosamente juntos e felizes, durante quarenta
e dois anos, até o dia 13 de junho de 2013, quando se transferiu para o “outro lado do
caminho” a adorável minha Graça.
Vou a Bom Despacho amiúde para ver Familiares. Agora, a partir de outubro de 2016, mais constantemente, para visitar
minha Namorada Beatriz
Campos de Paulo, a formosa
e diligente Cerimonialista desta Sessão
Academial.
Tenho, pois, com base nesta sobeja historiação, motivos
de seiva, crença e alegria
para autoconsiderar-me Bom-Despachense maiúsculo
e verdadeiro, por laços de afeto e bem-querer!
Por isso, decidi representar Bom Despacho, efetivamente, nesta
honorável Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais ─
AMULMIG, sob o manto poético de José d’Avó Gontijo, na Cadeira nº 329.
E meu Patrono?!...
Vejamo-lo...
Minha simpatia para com meu Patrono José d’Avó Gontijo começou, gratuitamente, no Grupo Escolar Coronel Praxedes
de Bom Despacho,
entre 1955 e 1958, em aulas ministradas por
sua Neta, minha Professora Maria de Lourdes d’Avó Gontijo.
Ela falava sobre seu Avô-Poeta e respectivos poemas, até recitava alguns, cheia de entusiasmo. Quis ver os declamados textos,
ainda não editados.
Em quartas-feiras de estudo no
laboratório de Dona Lourdes ─ casa de seu
Pai, homônimo de seu Avô, sem a marca de Filho ou Júnior: Rua do Rosário, logo abaixo da Praça da Matriz (trecho agora denominado Rua Doutor Miguel Gontijo) ─, minha Diva-Educadora apresentou-me alguns versos manuscritos pelo Autor com caneta-tinteiro. Li-os, com admiração de menino de escola-primária... Uns dez poemas!
Gostei de todos. Ao longo do tempo, não os esqueci,
apesar de não tê-los memorizado. Comentei sobre o Poeta Zé d’Avó e seus versos com os mais velhos.
Meu Pai tinha notícia vaga das escritas e respectivo escrevedor, mas não passava disso.
No início
deste século XXI, ouvi zunzuns
acerca de providências para a publicação de
José d’Avó. Em 31 de janeiro
de 2004, quando completei
meus cinquenta e sete anos, meu Pai deu-me de presente um exemplar
de A Produção Poética de José d’Avó Gontijo, da única e tardia edição empreendida pelo SESC Minas Gerais, em 2003, sob a gestão
regional do Doutor Robínson Corrêa Gontijo, bom-despachense da
gema. A página 8 sugere o subtítulo da Obra: José d’Avó Gontijo, o romantismo em forma de poesia. Com parcos registros
de biografia, crítica e prefaciação, o Livro, com sumário
inepto, ostenta boa qualidade de impressão e encapação, reúne quase trezentos poemas e alguma
prosa, e tem grandiosa importância
literária.
O Patrono
de minha Cadeira
nº 329 nesta Casa de São Francisco
de Assis nasceu na Vila do Bom Despacho-MG, em 16 de abril de 1860, onde faleceu
aos quarenta e cinco anos e dez dias de idade, em 26 de abril de 1905. Era Filho de Francisco de Paula da Costa
Gontijo ─ o abastado
e poderoso Major da Piraquara
─ e Clara Cândida de São José. Casou-se com Angélica Cândida de São José, com quem teve um filho ─ José d’Avó Gontijo, pai de minha louvada
Professora Maria de Lourdes d’Avó Gontijo ─ e uma filha
—
Hermengarda (inspirada naquela sofredora Figura bem-urdida por Alexandre Herculano de Carvalho
e Araújo, no megarromance histórico Eurico,
o Presbítero) Gontijo
[Madeira, após casar-se com José Antônio
Madeira]: mãe de Ilza, Jacira,
Irene...]. O nome real do
Poeta ─ de acordo com pesquisa
realizada por Beatriz
Campos de Paulo, em 17 de julho de 2017,
no Livro de Matrícula-1874 da Escola
do Caraça ─ era “JOSÉ ANTÔNIO GONTIJO (14...[anos]), f. de Francisco
de Paula da Costa Gontijo ─ Bom Despacho”. O apelido d’Avó, segundo Maria Inês Gontijo Campos,
Bisneta do laureado
Poeta, adveio do fato de Ele ter sido criado pela respectiva
Avó (não sei se materna ou paterna). Daí, a transformação do apelido em sobrenome de família,
assentado em filho, neto e netas: d’Avó! O Pai de minha sublime
Professora, já o disse,
recebeu o nome real de José d’Avó Gontijo (sem nenhum
patronímico Filho ou Júnior). O filho deste, e neto do Poeta, chamava-se também José d’Avó Gontijo (sem o acréscimo de Neto). Conheci o Pai de Dona Lourdes:
era Juiz de Paz em Bom Despacho.
Lembro- me também
do Irmão dela José d’Avó Gontijo (sem nada de Neto nem outra marca), Neto do Protopoeta: casado com Gleyds de Azevedo Miranda, irmã de meu Sogro João de
Azevedo Miranda e tia de minha finada Esposa Maria das Graças
Azevedo (Miranda) Castro. Os Sobrinhos-Alunos de Dona Lourdes, e meus colegas de sala de aula, no Coronel Praxedes, Fernando de Azevedo Gontijo e Fábio de Azevedo Gontijo,
filhos do José d’Avó 3º e Dona Gleyds,
vieram da goiana
Formosa para estudar em Bom Despacho, exatamente sob os enérgicos e eficazes
regimes pedagógicos adotados pela Titia Lourdes
d’Avó...
Não sei de atividades não literárias nem de exercícios profissionais de meu Patrono, mas soube de sua inclinação para a embriaguez alcoólica, de acordo com sua Bisneta Maria Inês. Também enfrentava crises
de depressão.
Seu texto, de morfossintaxe muito boa, com agradável lucidez estilística, revela seu refino intelectual e humanístico, sua contagiante sensibilidade, sua argúcia crítica, seu desabafo catártico e sua têmpera libertária, tudo mediante
linguagem sugestiva e bela: Literatura de Verdade, mercê da riqueza expressiva e densidade
metafórica de sua escritura, prioritariamente no engenho
versificado e bem-metrificado, sonora e surda, porém linguisticamente melódica, e acidentalmente na prosa, também literária e digna de boa-aceitação, mercê da agudeza crítica de nosso Poeta Bom-Despachense.
A Produção Literária de José d’Avó Gontijo fica na Cosmovisão
do Liberalismo da Revolução
Francesa e na forma de expressão
epocal do Romantismo, no geral, e na Cosmovisão do Liberalismo-Cientificismo e na forma de expressão
epocal do Romanstismo-Realista, no particular.
Vejo neste Livro precioso o burilamento ético-estético decorrente do apuro pessoal
e intelectual adquirido em Educandário respeitável, como a Escola do Caraça,
especialmente naqueles tempos
de escassez escolar em Pindorama, e Vila do Bom Despacho.
Eis sinais
românticos e romântico-realistas em Zé d’Avó: I.em verso:
“Em Pitangui”.
“A vez que fui primeira a Pitangui,
Falar ouvi na genial beleza
Daquela, a quem de amor a natureza
Esmerou-se em formar tão bela ali.
Desejei ver logo essa princesa,
De quem bem se orgulhava Pitangui;
E vendo-a, eu por ela me perdi,
Perdi-me, ao ver do céu tanta pureza!
Um dia, a visitá-la, me aprontei,
Em sua residência, onde escutei
A voz daquele Arcanjo encantador!
Meu Deus, por que lá fui? Pergunto agora,
Por que não me tirou naquela hora,
Em que a vi, e me vi cego de amor?!”
(PPJ d’Avó, p. 12.)
1.
Pelo Romantismo: valorização do emocional
sobre o racional, prevalência do sentimentalismo, manifestação de deleite
amoroso:
Apesar dessas nítidas identidades românticas, o poema Em Pitangui (com homenagem à terra de mulher amada pelo Poeta e, àquela época, importante Comarca-
Paróquia da qual prosperou
o Centro-Oeste Mineiro, inclusive
Bom Despacho) é soneto
e, por isso, contraria a atitude romântica de preferência a poemas de forma livre, em verdadeira guerra contra os rigores contidos na ode, acróstico (o Livro de d’Avó estampa
mais de vinte formas acrósticas lindíssimas, uma das quais intitulda “Salve, Pitangui”, na página 250) e, principalmente, no rigoroso e geométrico soneto.
José d’Avó Gontijo,
romântico extemporâneo, mas não inoportuno, em tempos
mistos de Realismo (não Parnasianismo), Simbolismo e Pré-Modernismo, lavrou muito bem a
poemação do soneto ─ à moda solene de Francesco Petrarca, seu criador, e Luís Vaz de Camões, inaugurador dessa beleza suprema na Literatura Portuguesa, no Classicismo
apolíneo e renovador.
Zé d’Avó esmerou-se na urdidura da boa métrica e marcantes
cesuras, não só no “Em Pitangui”, mas em todos os outros seus poemas,
incluídos sonetos,
acrósticos, sonatas e sextinas. Laborou muito bem os versos decassílabos heroicos e sáficos,
alguns alcaicos, o eneassílabo ternário, o redondilho maior
e menor.
Isso não lhe quebra o talhe catártico
e libertário de Poeta do Romantismo, apesar das
oscilações temporais.
2.
Pelo Romantismo-Realista: crítica atrelada à catarse
e fantasia, com lirismo arrebatador,
ousado e metafórico por excelência,
de cunho pessoal e metafísico:
“O Maldito.”
“Ah! como vive de pesar cercado
Meu peito exausto de penar ferido!
Sou neste mundo em galé, forçado
A viver sofrendo como um vil bandido!
Que dor enorme e que agonia
Minh’alma sente neste mundo ermo!
Não tenho a herança de findar um dia
A minha dor de [ao] meu sofrer [dar] termo!
Não pode haver quem padeça tanto!
Vivo na terra do prazer proscrito;
E da desgraça sob o triste manto
Eu ouço sempre uma voz ─
Maldito!
Mesmo a mulher, por quem amo a vida,
Me odeia e vota um desprezo eterno!
Já da ventura é minha fé perdida,
Só tenho n’alma e no peito o inferno.”
(PPJd’Avó, p. 59.)
Vejo neste Poema o condoreirismo lírico ─ não aquele Condoreirismo Épico- lírico de Antônio Frederico de Castro Alves em seus poemas de defesa popular e crítica social de sua fase
abolicionista mesclada dos desesperos da Guerra do Paraguai! ─, mas o condoreirismo tipificado pelos altos e baixos da inconsciência adubada nos canteiros
do desatino e sofrimento, devaneio e descrença, tédio, loucura,
maldição, revolta
e frustração existencial ─, nas asas do niilismo satanista incrementador do “mal du siècle”. Talvez por isso, José d’Avó Gontijo
tenha entrado na fornalha infernal do alcoolismo, como se percebe
em seu poema Coitado, fora da Coletânea A
Produção Poética de José d’Avó Gontijo publicada pelo SESC Minas Gerais,
em 2003. Sobre Coitado e outro
poema de Renato Fragoso, Coitado... do Renato, cuido mais
ao fim deste Discurso.
II.em prosa e
em verso:
O amor de d’Avó à figura materna está implícito,
às vezes explícito,
ao longo de tal
Coletânea.
Em prosa, na página
24:
“A mãe”.
“Se o talento humano
e a imaginação de poeta
fossem suficientes para esboçar a
figura sublime de uma mãe, descrevendo minuciosamente o amor, o carinho,
a abnegação com que acompanha seu filho desde o berço, poderíamos
admirar radiantes
o supremo livro da humanidade; um livro superior ao de Jó; esse grande poema da paciência
e da soledade; um livro mais belo que o dos Macabeus, sublime
epopeia do patriotismo e da abnegação maternal. Oh! Ser mãe! Nada há mais respeitável, mais sublime!”
Em verso, na página
34:
“Amor de mãe”.
“No mundo não há poder tão sublime,
Riqueza, nem glória
de tanto esplendor;
Como os afetos de nossa mãe santa,
Que a vida nos doura com seu doce amor!
Quando inf’lizes nós somos na vida,
Quem terna
e tão meiga nos vem consolar?
Se tristes choramos
a nossa desdita,
Quem é qu’esse pranto
nos vem enxugar?!
É nossa
mãe santa, o anjo terrestre
Que tendo nos lábios
eterno sorriso,
Apaga e dissipa
as nossas tristezas,
Tornando este mundo um feliz paraíso!
Quando a desgraça
ao filho persegue,
De mãe o amor no peito engrandece;
Embora aviltado, coberto de opróbrios,
Nunca, jamais
o amor lhe fenece!
No leito de dor, o filho prostrado,
Sua alma é ferida
de horrível penar!
Até mesmo
a campa do filho querido
Com pranto
dorido vem triste regar.”
Meu Patrono revela seu amor à querida
Bom Despacho, sua terra natal,
e à tradicional Biquinha, cartão-postal e símbolo bucólico da Cidade-Sorriso, bem ao centro desta, pertinho da Rua Lambari e Praça da Matriz,
em poema sem título, no qual também
se refere ao “d’Avó coitado”...
Trata-se de belíssima
e bem-trabalhada mensagem
de saudade, tão ao gosto dos cultores
do Romantismo, pela exaltação da Natureza, cujo poderoso
acasalamento com a Cultura gera a Arte, por simbiose de Harmonização, de acordo com o genial Claude Lévy-Strauss.
Apreciemos esse poema, entalhado em dezesseis versos decassílabos [sete sáficos
— de cesura lírica nas quartas, oitavas e décimas
sílabas métricas (versos 1, 3, 5, 6, 13 e
15) ─, sete alcaicos ─ de cesura apenas regular na décima sílaba métrica (versos 4, 7,9, 10, 11, 12, 14 e
16) ─ e apenas dois heroicos ─ de cesura épica ou marcial nas sextas e décimas sílabas
métricas (versos 2 e 8).
Ei-lo:
“Tenho saudade
de meus dias idos,
De amor
perdidos, cheios de ilusão;
Dos meigos
sonhos da risonha idade
Guardo saudade
no meu coração!
Tenho saudade
do chorar das fontes,
Dos horizontes de meu Bom Despacho;
Da meiga e doce ─ Biquinha lendária
Que solitária corre lá tão baixo!
Tenho saudade
das noites formosas,
Belas, ditosas,
d’enlevos sem par;
Da terna canção de minha adorada,
Da serenata
contigo ao luar!
Tenho saudades
das gentis donzelas,
Lindas, belas,
do enlevo sem par;
Da voz saudosa do d’Avó coitado,
Quando magoado
cantava ao luar!”
(PPJd’Avó, p. 269.)
Tratemos, agora,
do d’Avó coitado!
Segundo narrativas orais, pelo exagerado
vício alcoólico, meu ilustre
Patrono, escornado
ao chão bom-despachense, despertou a determinada mulher murmúrio
de compaixão, ao vê-lo naquele
estado. Ela teria exclamado, em boa voz, a interjeição piedosa de Coitado!
Ele
ouviu tal manifestação e, ao retomar
a lucidez, compôs, em três quadras de versos
com métrica bem-livre e solta, diversa de seu padrão, mas tão coerente
com a liberdade
de expressão do Romantismo, embora dotado de rima alternada
e bem- feita, marcante
poema.
Apreciemo-lo, então,
como suspiro poético e espirituoso, crítico e
lamentoso!:
“Coitado.”
“Coitado expressa compaixão
E talvez
então irônica proferiste,
Escarnecendo uma tão triste
condição
Ah! Que tu com teu amor me reduziste.
Coitado, só quem sofre compreende
O quanto
exprime esta palavra compassiva,
De coitado
só traduz e só se entende
Uma desgraça, uma miséria,
uma dor viva.
Coitado, eu mereço, infelizmente,
Compaixão porque
sou bem desgraçado,
Se persegue
o infortúnio a mim somente,
Tu bem disseste,
o teu amor me faz coitado.”
(Poema não publicado em PPJ d’Avó.)
Recentemente, ao tomar posse na Academia Bom-Despachense de Letras,
o zeloso Jornalista Renato Fragoso ─ meu ótimo aluno de Língua Portuguesa e Literatura no Curso Científico do Colégio Tiradentes da Polícia Militar da Cidade-Sorriso ─, em Cadeira patroneada pelo primeiro
Vate da Terra do Cristal, assumiu
por mote o poema acima e escreveu,
em homenagem ao mesmo José d’Avó Gontijo, embutido no discurso
de posse, como paródia
ao exótico e expressivo terno de quadras,
outro poema, também
de sumo literário.
Com autorização de Renato Fragoso, transcrevo para este meu Panegírico a José d’Avó Gontijo
o referido Poema:
“Coitado do Renato.”
Renato Fragoso.
“Quem, em vida, por
mulheres atormentado
Vive agora na eternidade
incomodado
Por este mortal, um tanto descuidado,
Que, nem aos seus pés,
merece estar curvado.
Coitado do Zé D’Avó! Mesmo
estando no paraíso,
Vai precisar de um
lenitivo
Para ser patrono deste
plumitivo.
Coitado do Zé D’Avó!
Que homenageado com o
patronato
Deste sandeu cujo nome é
Renato.
Tadinho do Renato!
Conduzido à Academia neste
ato,
Com direito à
imortalidade, fardão e todo aparato,
Tantas honrarias o
deixaram estupefato.
Orgulhoso de entregar o
laurel a seu Patrono,
Tem a certeza de que ele
não o deixará afono,
Na frente de tantos e tão
ilustres conterrâneos.
E diz Renato,
No melhor trato:
Se, diante de tanta gente
importante, sou abandono,
Falta-me a voz, fico sem
sono,
Vem em socorro, ó Decano!
Dentre os poetas
bom-despachenses o soberano.
Rogo ao Poeta que esta
homenagem ele afiance
E que deste histriônico
Vossa Mercê tenha dó,
Pois, quem sabe, talvez um
dia, sua poesia alcance,
Já que, além de admiração,
tenho inveja do Zé D’Avó!”
Louvores a Bom Despacho, terra amada e benfazeja onde me despertei para labores e conhecimentos diversos, e a seu primeiro Poeta, o esquecido
José d’Avó Gontijo, cuja Obra maravilhosa temos de apreciar
e espalhar Brasil afora e pelas cercanias
intercontinentais.
Agradeço a tantos quantos ofereceram sua coparticipação valiosa à realização desta linda Cerimônia
de minha Posse na Cadeira
nº 329 desta notável Academia
Municipalista de Letras de Minas
Gerais ─ AMULMIG!
—
aos Confrades e Confreiras dedicados ao melhor
êxito dos procedimentos academiais indispensáveis a este Empreendimento Socioliterário!
—
à Professora Samira Maria Araújo, pela arte de apresentar trechos de meu Romance O MANDACHUVA!
—
a meu Neto Arthur
Azevedo Castro Mota, pela viva leitura da primeira recitação de meu Livro-Poema
ELOGIO À CRIAÇÃO: Fortuna Ecológica!
—
à Mãe de Arthur, minha Filha Débora Lis Azevedo Castro Mota, pela bonita leitura de meu Poema BOIFONIA, oferecido à transboizagem em João Guimarães
Rosa!
—
ao Tenor Marzo Sette Torres, pela arte assegurada à beleza musical desta Sessão!
—
à Odontóloga Beatriz Campos de Paulo, minha Namorada, pela excelência de seus feitos
de Cerimonialista desta marcante
Festa de Erudição e Humanidades!
—
ao Poder Público Municipal de Bom Despacho, na pessoa de seu Prefeito
Doutor Fernando José de Castro Cabral,
pela adesão a meus propósitos de representante da conhecida
Cidade-Sorriso nesta respeitável e operosa Casa de São Francisco
de Assis!
—
à zelosa
Designer Bruna Dáphne Azevedo
Castro, minha Filha querida, pela proveitosa
e ótima preparação de meus textos e imagens!
—
às queridas Netas Luísa e Clarice, queridos Netos João Pedro e John Zech, minhas Filhas Janahina
Záhida e Ana Lívia, meus Genros Laércio
Mota e Fernando Zech, e meu semiGenro Tadeu Henrique, pelo calor humano e carinho sempre dados a Mim, nos momentos de luta, reflexão e sossego!
—
à Família
d’Avó Gontijo, representante de meu Patrono e minha monumentosa Professora Dona Lourdes, pelo
prestígio e apoio a este
Evento!
—
à Sônia Ferreira
e Lili, pelos serviços
logísticos de copa e cozinha prestados
a esta Celebração!
—
a meus Confrades
e Confreiras, desta Casa e de Outros Sodalícios, Amigos e Amigas, Parentes e Amigos de Farda e Magistério,
pela amizade e distinta
consideração!
—
a meus Padrinhos
nesta AMULMIG, Acadêmico César Pereira Vanucci e Acadêmica
Elisabeth Fernandes
Rennó de Castro
Santos, pela confiança em meu trabalho literário e epistêmico, e coragem
de apresentar-me a esta Oficina da Arte da Palavra,
com as substanciosas e agradáveis palavras com as quais me recebem
e saúdam, nesta manhã, como
Obreiro da Estética Ética de São Francisco
de Assis!
Viva Bom Despacho!
Viva, imortalizadamente aceso, o Vulto genial do
Poeta José d’Avó Gontijo! Muito obrigado
a Todos!
________________________
O
cerimonial impecável e sóbrio, apresentado a seguir, garantiu o sucesso da
Solenidade de Posse.
Cerimonialista: Odontóloga Beatriz
Campos de Paulo.
Senhoras e
Senhores, Acadêmicos e Convidados, bom-dia!
Bem-vindos! É com afeto que os recebemos na Casa de São Francisco de Assis, nesta manhã solene e festiva
de 16 de setembro
de 2017, quando a Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais,
em sessão de posse, recebe em seu Quadro de Acadêmicos o Poeta João Bosco de Castro, como representante do Município
de Bom Despacho, sob a patronia
do Poeta José d’Avó Gontijo.
I.
Para compor a
Mesa-Diretora, convido:
1.
o Presidente da AMULMIG, Escritor
César Pereira Vanucci;
2.
a Presidenta Emérita da AMULMIG
e atual Presidenta do respectivo Conselho Superior,
e Presidenta da Academia
Mineira de Letras, Escritora Elisabeth Fernandes Rennó de Castro
Santos;
3.
o Presidente Emérito
da AMULMIG e Presidente da Academia
de Letras do Ministério Público do Estado de
Minas Gerais, Poeta Luiz Carlos
Abritta;
4.
a Acadêmica Marilene
Guzella Martins Lemos, Presidenta da Arcádia
de Minas Gerais;
5.
a Trovadora Dora Galinari,
Presidenta da união Brasileira de Trovadores e Seção de
Minas Gerais;
6.
Sra.
Jacira Madeira Gontijo, representante da Família d’Avó Gontijo;
7.
Professora
Samira Maria Araújo, representante do Município de Bom Despacho/MG, como
Diretora do CESEC.
II.
Convido os Acadêmicos Luiz Carlos Abritta, Ângela Togeiro Ferreira e Marilene
Guzella Martins Lemos para, em comitiva, conduzir
à Mesa- Diretora
o Neoacadêmico João Bosco de
Castro.
III.
Com a palavra,
o Presidente César Pereira
Vanucci, para instalar
oficialmente esta sessão solene de posse.
IV.
Convido a todos a ficar de pé para entoação
do Hino Nacional Brasileiro, letra e música, respectivamente, de Joaquim
Osório Duque-Estrada e Francisco Manuel da Silva, e da Oração de São Francisco
de Assis, Patrono
da AMULMIG
e Padroeiro dos Poetas, aos
acordes magistrais do Tenor e
Musicista Marzo Sette Torres.
V.
Passo
a
palavra à Escritora
e Acadêmica Elisabeth Fernandes Rennó de Castro
Santos, para proferir seu discurso de saudação
ao Neoacadêmico João Bosco
de Castro, em nome desta Casa de São Francisco de Assis.
VI.
Agora,
ouçamos a ária Aquarela do Brasil, de Ary de Resende Barroso, executada e cantada
pelo Tenor Marzo Sette Torres.
VII.
É chegado o momento da posse do Neoacadêmico João Bosco de Castro.
VII.1.
De pé, o Poeta João Bosco de Castro lê o termo de compromisso acadêmico
adotado pela AMULMIG.
VII.2.
Neste
instante, prestado o compromisso, o Empossando recebe da Presidenta Emérita desta Casa, Escritora
Elisabeth Fernandes
Rennó de Castro Santos, o Diploma de Acadêmico e a Insígnia
da AMULMIG.
VIII.
Convido o Acadêmico João Bosco de Castro para proferir seu discurso de posse, com apresentação de seu Município
Bom Despacho e panegírico a seu Patrono,
o Poeta José d’Avó Gontijo.
IX.
Ouçamos,
agora, pela Arte sublime de Marzo Sette Torres,
a ária La Vie en Rose, música
de Louis Guglielmi e
letra original de Edith Piaf.
X.
Três excertos literários de João Bosco de Castro passam a ser apresentados a Todos
Nós, neste momento.
X.1.
Convido a Administradora Débora
Lis Azevedo Castro Mota, filha do Empossado Poeta, para ler o poema
BOIFONIA, de seu Pai.
X.2.
Convido o Estudante Arthur Azevedo Castro Mota,
neto de João Bosco de Castro,
para ler a Recitação
I: Fortuna Ecológica, do Livro-Poema ELOGIO À CRIAÇÃO, de seu
Avô.
X.3.
Convido a Professora Samira Maria Araújo, Diretora
do CESEC de Bom Despacho,
para apresentar trechos do Romance O MANDACHUVA, do Acadêmico
João Bosco de Castro.
XI.
Ouçamos,
agora, a ária Moon River, música de Henry Mancini e letra
de
Johnny Mercer,
executada e cantada
pelos Talentos de Marzo Sette Torres.
XII.
Chamada
dos Acadêmicos para declinação do Nome, Município
Representado e
Patrono.
XIII.
Passo a palavra
ao Presidente César Pereira Vanucci, para seu discurso, considerações
finais e encerramento desta Sessão de Posse.
AMULMIG e o Acadêmico João Bosco de Castro, ao agradecer tão prestigiosas presenças, convidam a Todos para um lanche colonial, a ser servido na Esplanada
desta Academia Municipalista de Letras
de Minas Gerais.
Muito obrigada!
AMULMIG, em Belo
Horizonte-MG, 16 de setembro de 2017.
Acadêmico César Pereira Vanucci,
Presidente da AMULMIG.
_________________________________
Fotos
da Sessão Solene e do Congraçamento com Coquetel Acadêmico
O neoacadêmico foi conduzido à Mesa de Honra
pelos academicos Angela Togeiro, Marilene Guzzela
Martins Lemos e Luiz Carlos Abritta.
Convidados e acadêmicos recebendo neoacadêmico
Composição da Mesa de
Honra da esquerda para a direita e instalação da Solenidade
Cerimonialista:
Odontóloga Beatriz Campos de Paulo;
Professora
Samira Maria Araújo, representante do Município de Bom Despacho/MG, Diretora do
CESEC;
Neoacadêmico
João Bosco de Castro;
Acadêmica
Marilene Guzella Martins Lemos, Presidenta da Arcádia de Minas Gerais;
Presidente
Emérito da AMULMIG e Presidente da Academia de Letras do Ministério Público do Estado
de Minas Gerais, Luiz Carlos
Abritta;
Presidente da Amulmig César
Pereira Vanucci;
Presidenta Emérita da AMULMIG e atual Presidenta do respectivo Conselho Superior,
e Presidenta da Academia
Mineira de Letras, Elisabeth Fernandes Rennó de Castro
Santos;
Sra. Jacira Madeira Gontijo,
representante da Família d’Avó Gontijo;
Trovadora Dora Galinari, Presidenta da união Brasileira de Trovadores - Seção de Belo Horizonte;
Com a palavra a Presidente para seu discurso e de
recepção.
Efetivação da Posse - Diplomação
Leitura dos termos do diploma
Leitura do Compromisso Acadêmico
Aposição do Distintivo da Academia
por Débora Lis Azevedo Castro Mota, filha do empossando
A parte musical ficou a cargo do Tenor Marzo Sette Tores
Leitura de Débora Lis Azevedo Castro Mota,
filha do Empossado Poeta, do poema BOIFONIA
Leitura Arthur Azevedo Castro Mota, neto de João Bosco de Castro,
da Recitação I: Fortuna Ecológica, do Livro-Poema ELOGIO À CRIAÇÃO
Professora Samira Maria Araújo apresentou trechos do
Romance O MANDACHUVA, do Acadêmico
Sra Jacira Madeira Gontijo, representante da Família d'Avó Gontijo
O Presidente da Amulmig no seu discurso
de encerramento da Solenidade
Leitura de Débora Lis Azevedo Castro Mota,
filha do Empossado Poeta, do poema BOIFONIA
Leitura Arthur Azevedo Castro Mota, neto de João Bosco de Castro,
da Recitação I: Fortuna Ecológica, do Livro-Poema ELOGIO À CRIAÇÃO
Professora Samira Maria Araújo apresentou trechos do
Romance O MANDACHUVA, do Acadêmico
Sra Jacira Madeira Gontijo, representante da Família d'Avó Gontijo
O Presidente da Amulmig no seu discurso
de encerramento da Solenidade
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