quarta-feira, 4 de outubro de 2017

ANTOLOGIA VIRTUAL POESIA Prêmio Literário da AMULMIG de Prosa e Poesia, edição 2017.








 O conteúdo dos textos aqui publicados é de inteira
responsabilidade dos autores, inclusive em caso de plágio;
qualquer semelhança com a realidade,
em prosa ou em verso, é mera coincidência.


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O EDITAL

CONCURSO LITERÁRIO DA
ACADEMIA MUNICIPALISTA DE LETRAS DE MINAS GERAIS Edital 2017
Acham-se abertas as inscrições para o Prêmio Literário da AMULMIG de Prosa e Poesia
  1. Prazo: de 11 de abril de 2017 a 30 de junho de 2017, valendo a data de postagem do carimbo dos Correios.
  2. Tema: o tema é livre para as categorias.
  3. Os candidatos poderão concorrer apenas com um trabalho em cada categoria, conto e poema, em língua portuguesa.
  4. Os contos deverão ser de, no máximo, três laudas.
  5. Os poemas deverão ser de, no máximo, 30 linhas.
  6. Os trabalhos deverão ser digitados em Times/Arial, tamanho 12, espaço 1,5 – em três vias e enviados para a
Secretária Geral da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais
Acadêmica Maria Lúcia de Godoy Pereira
Rua Rio de Janeiro, 909 – apt 206 - Centro
Cep 30160-041 – Belo Horizonte/MG

  1. Os trabalhos deverão ser enviados sob pseudônimo. Os dados do autor – nome, endereço completo, e-mail e telefone do autor – deverão ser enviados em envelope separado e lacrado, com o título do trabalho e pseudônimo por fora.
Todos os itens deverão ser respeitados, caso contrário o trabalho será desclassificado.
Haverá uma Comissão Julgadora composta de três escritores para cada categoria, designados pela diretoria da academia.
Serão entregues medalhas e diplomas aos nove primeiros lugares de cada categoria: três Vencedores, três Menções Honrosas e três Menções Especiais.
Os textos classificados serão publicados em antologia virtual no site do Jornal da Academia. Aos classificados será pedido o envio dos textos via e-mail para a publicação.
Os prêmios serão entregues em Sessão Solene, no dia 03 de outubro de 2017, às 15 horas, na Rua Agripa de Vasconcelos, 81 – Mangabeiras, Belo Horizonte/MG.
Mais informações  com  a  Acadêmica Maria Lúcia de Godoy Pereira,  através do e-mail godoymalu@bol.com.br


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CÉSAR PEREIRA VANUCCI, Presidente da Amulmig


Cesar Vanucci é jornalista, escritor, advogado, professor. Exerceu, entre outras, as seguintes funções: Superintendente Geral do Sistema Fiemg; diretor regional do IEL; diretor da Rede Minas de Televisão; presidente da Universidade do Trabalho MG; Secretário Municipal de Abastecimento de BH; Ouvidor Geral da Prefeitura de Belo Horizonte; Assistente no Senado Federal, Assembleia Legislativa MG e Câmara Municipal BH; Assessor da Vice-presidência da República. Na condição de executivo do Sesiminas, liderou a equipe que idealizou, estruturou e lançou a famosa “Ação Global”.
Em Uberaba, onde residiu até 1965, fundou e foi presidente da União Estudantil Uberabense (UEU), foi um dos fundadores da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, presidiu o I e II Festivais Universitários de Arte, foi Professor de Técnica de Redação e Publicidade no primeiro curso superior de jornalismo instituído em Minas Gerais (Faculdade de Ciências e Letras São Thomas de Aquino), fundou e dirigiu o Colégio São Judas Tadeu, integrou como representante da Circunscrição de Ensino do Triângulo Mineiro o primeiro Grupo de Trabalho constituído pelo Ministério da Educação (1962-1964) visando a implantação de um sistema de rádio e televisão educativos.
É colaborador permanente de dezenas de órgãos de imprensa. Membro do Lions Clube, coordena há duas décadas as festividades de celebração em Minas da “Semana Mundial do Serviço Leonistico”. É o atual presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (Amulmig) e da Academia Mineira de Leonismo.
É cidadão honorário de mais de uma dezena de municípios mineiros, BH entre eles. Foi agraciado com numerosos títulos honoríficos nas áreas pública e privada.
Autor de milhares de artigos publicados ao longo de meio século, mais de duzentas conferências proferidas, algumas no exterior. Lançou os seguintes títulos: “Um certo Dom”; “José Alencar – missão cumprida”; “A família, seu valor e seus problemas na sociedade contemporânea”; “Um homem chamado Chico Motta”, “Realismo Fantástico”.



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Comissão de Julgadores: Poesia
Coordenação: Angela Togeiro
JULGADORES: Angela Togeiro, Luiz Carlos Abritta, Maria Inês Chaves de Andrade 



de Volta Redonda/RJ, reside em Belo Horizonte. Iniciou seus estudos em Congonhas, sendo sua professora 1ª professora Mary Gomes Valentim; a seguir em Barroso e em Conselheiro Lafaiete, onde foi aluna do Professor Astor Vianna, grande responsável pelo seu gosto pela literatura, sobretudo pela poesia. Pós-graduada em Política Econômica e Finanças das Empresas e em Administração de Recursos Humanos, pela FACE/FUMEC. Atuou como administradora, empresária e professora universitária. Como escritora, possui prêmios literários e antologias em prosa, verso e teatro em quase todos os estados brasileiros e, internacionais, em Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, EUA, Canadá, México, Argentina, Chile, Uruguai e França. Verbetes: “Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras”, de Nelly Novaes; “Dicionário de Mulheres”, da Profª Hilda Agnes Hübner Flores e “Enciclopédia de Literatura Brasileira”, de Afrânio Coutinho e Jô Galante de Sousa. Atua como julgadora de concursos nacionais e internacionais. Entidades Culturais: ACLCL, Afemil, Amulmig, Alacib, SBPA, InBrasCI, Apperj, Proyecto cultural Sur-Brasil, correspondente da UBE-RJ, Accademia Internazionale Il Convivio/IT, Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix - Suisse/France, Membre d’Honneur da Divine Academie/FR. Distinções: Diploma de Mérito Cultural 2002, da UBE-RJ, Medalha dos 40 anos da AMULMIG. Título de "Doutora em Filosofia Universal/Ph.I. - Filósofa Imortal - Honoris Causa pela Academia de Letras do Brasil e Conalb - Conselho Nacional das Academias de Letras do Brasil, Brasília/DF, 2010. Medalha de Recompensa à Mulher na Maçonaria Fluminense. Troféu Lions 2011. Medalha Academie de Arts, Sciences et Lettres, Paris/França, 2012. Prêmio Eneida de Moraes 2015 – Conjunto da Obra, União Brasileira de Escritores UBE-RJ. Livros: Contato urbano, Pudim de claras com baba de moça, Cavalo alado, Trem mineiro, Na luz dos teus olhos, O Compositor e Sou mulheres, Prêmios Fundec/PI, O dente de leite apresenta: o molar fugiu do sonho da menina – teatro infantil, Prêmio Prefeitura de Manaus/AM, Flagrantes do viver, Vitrines da vida, editou (re)Leitura do natal, Foi assim - novela com associados da Amulmig – presidência de Luiz Carlos Abritta, Nunca mais... – novela com associadas da Afemil – presidência de Conceição Pereira Abritta.



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LUIZ CARLOS ABRITTA nasceu em Cataguarino, distrito de Cataguases-MG, no dia 24 de janeiro de 1935, filho de Oswaldo José Abritta, integrante do Movimento Modernista da Revista "Verde", de Cataguases (mais tarde Juiz de Direito), e de Yolanda Nery Abritta.
- Curso primário em Carandaí-MG, ginasial e científico no Colégio Santo Agostinho, de Belo Horizonte, Curso de Direito na Faculdade de Direito da UFMG e de Letras (Português/Inglês) no UNI/ BH(interrompido).
ATIVIDADES NO MAGISTÉRIO
- Lecionou Português e Inglês no Colégio Santo Agostinho, no Colégio "Belo Horizonte"(antigo Curso Chopin), na Escola Técnica "Clemente de Faria" e no Colégio "São Paulo" (todos de Belo Horizonte).- Em Rio Piracicaba-MG foi Professor e Diretor do Colégio Estadual e da Escola Normal, e, em Brumadinho, lecionou "Direito Usual" na Escola de Comércio local.- Nesta Capital, lecionou "Direito Constitucional" na Faculdade de Direito "Milton Campos", substituindo eventualmente o Prof. Ricardo Arnaldo Malheiros Fiúza.
NA ÁREA JURÍDICA
- Advogou em Belo Horizonte de 1958 a 1964, quando ingressou, por concurso público de provas e de títulos, no Ministério Público de Minas Gerais, no ano de 1964, tendo atuado nas Comarcas de Rio Piracicaba, Brumadinho, Itabira e Belo Horizonte (onde foi Promotor da 4ª Vara Criminal, da Vara de Execuções Criminais e do Júri), além de outras, em substituição eventual. Aprovado no concurso para Juiz de Direito de Minas Gerais, não aceitou o cargo. Atingiu, em 1982, o ápice da carreira, quando foi promovido, por merecimento, ao cargo de Procurador de Justiça. Indicado pela Procuradoria Geral de Justiça, atuou, durante dez anos, no Conselho Penitenciário de Minas Gerais.- Foi Presidente da Associação Mineira do Ministério Público.- Aposentado, a pedido, no cargo de Procurador de Justiça, retornou à advocacia.- Foi nomeado pelo Presidente da República para o cargo de Juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, na classe de jurista.- Conselheiro da OAB/MG por dois mandatos e Presidente do Tribunal de Ética. Tem artigos publicados na Revista Forense, Revista da Universidade de Uberlândia, Revista de Doutrina e Jurisprudência  do TRE/MG, e Revista JUS, do Ministério Público de Minas Gerais.
NA ÁREA LITERÁRIA
- Foi Presidente, por oito anos, da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e hoje é Presidente Emérito daquela entidade cultural. Ex-Presidente da União Brasileira de Trovadores em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais e, por fim, Presidente Nacional daquela entidade cultural. Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, onde possui artigos publicados em revistas ali editadas, sendo, atualmente, o 1° Vice-Presidente.- Membro honorário da Academia Epistêmica de Letras,de Belo Horizonte e efetivo da Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas.-   Atualmente, é Presidente da Academia de Letras do Ministério Público de Minas Gerais. Já recebeu centenas de premiações na área literária. Julgador de centenas de concursos literários, nacionais e internacionais.- Possui doze obras publicadas.
MEDALHAS
-  Grande Medalha da Inconfidência, Medalha Santos Dumont grau ouro, do Ministério Público de Minas Gerais, da Justiça Federal, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e da Societé Académique des Arts, Sciences et Lettres, Paris, França, dentre outras.


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MARIA INÊS CHAVES DE ANDRADE é neta, filha e irmã, sobrinha, prima e amiga, nora, cunhada, tia, madrinha, esposa e mãe, autora de livro infantil, poesia, romance, dissertação de mestrado e tese de doutorado, pós-graduada em cinema, vice -presidente da ONG O Proação e diretora financeira do Movimento Paz na Serra; filósofa do Direito. Natural de Belo Horizonte/MG, filha de Aloízio Gonzaga de Andrade Araújo e Marlene Vieira Chaves de Andrade.
Assessora Jurídica do Tribunal Regional Eleitoral/TREMG. Escritora de livros técnicos, romances, poesia e literatura infantojuvenil.
Bacharelado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - 1985-1990; Doutorado em Filosofia do Direito – Faculdade de Direito da UFMG – 2007 – Título da tese: A fraternidade como direito fundamental. Entre o ser e o dever ser na dialética dos opostos de Hegel; Especialização em Direito Constitucional – Faculdade de Direito da UFMG – 2002; Pós-graduação em Cinema - Instituto de Estudos Continuados - IEC - Universidade Católica de Minas Gerais - 2001; Bolsista do DAAD (Deustche Akademische Austauschdienst) para um doutorado-sanduíche na Ludwig-Maximilians Universität em Munique - Alemanha - 1996-1997; Mestrado em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa - Portugal - 1990-1992.
Vice-Presidente da ONG “O Proação” – Núcleo de Composição de Parcerias em Projetos e Ações – desde 2005.
PUBLICAÇÕES com terceiros: O Direito dos Estados-Membros Interiores da Federação Brasileira sobre as Riquezas do Pré-Sal. In Direito Constitucional em Homenagem a Jorge Miranda. Coord. Helena Telino Neves Godinho e Ricardo Arnaldo Malheiros Fiúza. Belo Horizonte: Del Rey, 2011; A Fraternidade como Parâmetro de Atuação Empresarial. In Direito e Negócios Empresariais. Coord. César Fiúza. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. Contributo para o Estudo das Pescas Marítimas Brasileiras - Revista da Faculdade de Direito da UFMG - 1992; A Formação do Contrato de Compra e Venda Internacional de Mercadorias - Revista da Faculdade de Direito da UFMG - 1992; A Interdisciplinaridade como Característica das Relações Internacionais - Revista da Faculdade de Direito da UFMG - 1992; Direito e Economia: Do Correlacionamento - Revista da Faculdade de Direito da UFMG - 1995; O Direito dos Estados-Membros Interiores da Federação Brasileira sobre a Plataforma Continental. Revista de Direito Comparado, vol. 1, nº 1, jul/1997, p. 341/356. A corrupção como adulteração da essência humana – Jornal Estado de Minas, A Participação dos Estados Interiores da Federação Brasileira no Pré-Sal – Jornal Estado de Minas.
Livros:A Suindara - Poesias - Editora Del Rey - Belo Horizonte - 1995; A Plataforma Continental Brasileira - Direito do Mar - Editora Del Rey - Belo Horizonte - 1995; Sacia-Perereca - Infantil - Editora Miguilim - Belo Horizonte - 1997; Bárbara Bárbara - Romance - Editora Autêntica - Belo Horizonte - 1999; Amor em Si & Bemol - Curta Metragem – 2001 – Participação no Festival de Cinema de Tiradentes – Roteirista Co-autoria do livro Teoria da Justiça, em homenagem ao Prof. Dr. Joaquim Carlos Salgado, com o capítulo À Paz Perpétua” de Kant: contributo interpretativo – Livraria Mandamentos e Editora Ltda., Belo Horizonte, 2009. A fraternidade como parâmetro de elaboração legislativa – Assembléia Legislativa de Minas Gerais – Belo Horizonte, 2009.
A Fraternidade como Direito Fundamental – entre o ser e o dever ser na dialética dos opostos de Hegel – Lisboa: Editora Almedina – 2010; Autora do texto do Manifesto Cultural Artístico-Humano, Solidarismo Mineiro –instaurado aos 29.10.2014, no Museu das Minas e do Metal, pela Primeira Dama do Estado de Minas Gerais, a Sra. Célia Pinto Coelho; O Pequeno Jornaleiro – no prelo. TTK & Lulu – no prelo


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Trabalhos classificados


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QUANDO... ©


1º Lugar
MATUSALEM DIAS DE MOURA – Vitória/ES


Quando eu for um retrato emoldurado
na saudade de alguém que muito amei,
hei de ser, por meu Deus, recompensado
pelas lutas perdidas que travei.

E, então, serei lembrança do passado
na mente dos irmãos que deixarei
neste vale de dor e de pecado,
lutando as mesmas lutas que lutei.

Assim, terei chegado ao fim da estrada,
passo a passo, levando a minha cruz,
sem jamais me perder na caminhada,

nem me entregar ao mundo que seduz
o homem a uma vida descuidada,
impedindo-o de ver a Grande Luz.



Matusalém Dias de Moura é procurador da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, escritor, poeta e historiador, com quase três dezenas de livros publicados. É membro efetivo da Academia Espírito-Santense de Letras (Cadeira34), da Academia de Letras e Artes de Portugal, da Academia de Letras de Vila Velha (Cadeira 18), da Academia Iunense de Letras (Cadeira 26), do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, da Associação Espírito-Santense de Imprensa, da Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas, entre outra instituições culturais. É, também, presidente da União Brasileira de Trovadores (UBT-Seção de Vitória/ES) e membro titular do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Espírito Santo (biênio 2017/2019). Político, foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Iúna, Espírito Santo. (do livro HAIKAIS PARA GUILHERME DE ALMEIDA)


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ANDANTE©


2º Lugar
JOSINA NUNES DRUMOND – Vitória/ES


Meu caminho é heterodoxo


Pavimenta-se de sonhos
Fundamenta-se de mitos
Paramenta-se de símbolos


Meu caminho é poético


Guiada por palavras
Sigo sem rumo
Minhas próprias sentenças


Meu caminho é de letras


Endireito vírgulas
Empino acento
Desdobro circunflexos
Evito ponto final
Salto reticências


No desvão das entrelinhas
Encontro o sentido da vida



Josina Nunes Drumond (Jô Drumond) Professora, pesquisadora, tradutora juramentada, Artista plástica, Escritora e poeta. Tem pós-doutorado em Literatura Comparada (UFMG). É doutora em Comunicação e Semiótica (Puc/SP) e mestre em Estudos Literários (Ufes). É pós-graduada (lato sensu) em Artes (Ufop) e em Literatura (Ufes). Graduou-se em Letras (UFMG), Língua, Literatura e Civilização Francesas (Univ. de Nancy -França), e Artes Plásticas (Ufes). É membro do IHGES e de 3 Academias de Letras: AEL, AFESL e Afemil. Tem 15 livros publicados, mais 3 como organizadora e 2 como tradutora. Tem também publicações em antologias, em revistas de pós-graduação, em anais de congressos, e na Internet ( www.artigosdajo.blogspot.com.br). Tem poemas e contos premiados em MG, RS, PA e ES


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V I O L Õ E S ©


3º Lugar:
HUMBERTO DEL MAESTRO – Vitória/ES


Gemei, violões, que a noite é silenciosa
como um resto de amor; doce, profundo.
Fazei florir, dos corações no fundo,
a flava flor do sonho  misteriosa.

Deixai correr, na vastidão do mundo,
a melodia cândida, piedosa
como um perfume virginal de rosa
que flui, na alma de cada ser, fecundo.

Gemei, violões, como um divino treno,
que o céu mantém-se plácido, sereno
e, entre a soberba calma, além flutua.

Gemei o triste, o musical segredo
dos calafrios íntimos do medo
sob o manto da fria luz da lua.




Humberto Del Maestro nasceu na cidade de Vitória-ES, onde concluiu seus principais estudos e iniciou sua carreira de poeta e prosador. Possui, no momento, 59 livros publicados, em prosa e verso, e mantém uma coluna literária denominada Literatura  &  Arte, aproximando-se das  2.000 edições, onde divulga autores da atualidade, dentro e fora do Brasil. É detentor de inúmeros prêmios e participa de várias Casas de Letras, incluindo o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e a Academia Espírito-santense de Letras,  onde ocupa a cadeira 20.


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MANHé


3º Lugar:
MARINA BIAGIONI MARQUES - Conselheiro Lafaiete/MG


A noite foge, pois já vem o dia.
Tocam-se, ainda, luz e escuridão!
No palco do horizonte, a nostalgia
Vai ser vencida pela exaltação.

Esplende a luz, no céu, arcoirizada,
E um novo dia, agora, se repete,
Flor da manhã, que desanuviada,
À luz do sol, inteira, se reflete!

Mas, são fugazes as manhãs da vida,
Que, sempre, a cada noite, vão morrer,
Na sua diuturna despedida.

Não haverá suspiro, nem saudade,
Pra quem, um dia, se surpreender,
Na infinita manhã da eternidade!



Marina Biagioni Marques, filha do poeta Orestes Biagioni e da professora Rita Bastos Biagioni, nasceu em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais. Foi funcionária municipal e professora estadual, com atuação em diversos estabelecimentos, tendo lecionado Língua Portuguesa, na E.E. Narciso de Queirós. É membro-efetivo-fundador da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, tendo publicado dois livros, um de sua autoria e outro em parceria com seu pai. Aposentada, dedica-se à Cultura e às Letras, tendo conquistado muitos prêmios literários.


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VERSOS MEUS©


1ª Menção Honrosa
ANGELA CRISTINA FONSECA – Belo Horizonte/MG


Não são virgens os meus versos
Porque a mim não pertencem as palavras.
De meus, in-versos, re-versos
Medos, avessos,
Emoções, tropeços -
Esses, sim, da minha lavra.
Aproprio-me da linguagem para urdir minha escritura,
Derramar, vazar poesia pura,
Revelar, declamando em silêncio,
Cores e tons de minha alma,
Minhas águas represadas, meus anseios,
O que há em mim de turbulência e calma,
Profundeza, superfície, crostas e recheios,
Tal qual argila modelada,
Massa fermentada que, trabalhada, fecunda
Os versos meus.
E assim, a cada dia,
Mais e mais instigada pela poesia,
Nessa faina, inquieta, de tentar apreender o mundo –
- como se possível fosse! –
Sigo, cobrindo folhas de papel.
(Angela Fonseca, outono – finzinho de maio de 2017)



Angela Cristina Fonseca. Natural de Belo Horizonte - MG. Nascida em 21/05/1948, Graduada em Comunicação Visual pela FUMA/UEMG e pós-graduada em Docência no Ensino Superior pelo Unicentro Newton Paiva – MG. Primeiro poema publicado aos 10 anos na extinta revista Sesinho, do SESI, dirigida ao público infantil. Publicações esporádicas no Suplemento Literário da Secretaria de Estado da Cultura, na década de 70, e também no Caderno de Cultura do jornal Estado de Minas. Prêmios literários: Manoel Bandeira de Poesia (GREMIG - 1986),  Academia Brasileira de Poesia Casa Raul de Leoni (2014), ALEPON (2014/2015), ALACIB (2015, 2016), APLA (2015, 2016), Prêmio Cultural Japão (2015)

* Livros publicados: - Livro I das Aldravipeias (coletânea - 2014);  Livros III e IV das Aldravias (coletâneas – 2015/2016); Ramalhetes Princesinos, da APLA (coletânea – 2017); Livro solo: ALDRAVIPAEAS – Temas & Poemas (2015)

* Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas - SBPA e  Membro Correspondente da Academia de Letras Artes e Ciências Brasil –ALACIB. * Site: www.aldraviaseoutrasletras.blogspot.com


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COSER©


1ª Menção Honrosa
ELISA ALDERANI - Ribeirão Preto/SP


Sempre eu gostei de brincar
com linhas coloridas, agulhas, botões...
Costurava para boneca
Ajudava minha mãe
arrumar meias, furadas...
ela brincava também!
Colocava na meia uma bolinha
e o buraco aparecia...
Mais tarde,
Chronos costurou minha vida,
juntou retalhos,
cortou, alongou, desmanchou
refez modelos...
As roupas velhas, não deu jeito...
muito surradas!

Agora costuro
Palavras.
Não furo mais meus dedos!



Nascida na Itália, Elisa Alderani mudou-se em 1978 para Ribeirão Preto, onde reside até hoje. Depois de realizada profissionalmente como comerciária, deu asas ao sonho de ser escritora, acalentado desde a infância, quando já apresentava inclinação para as letras. Em 2008, publicou “FLORES DO MEU JARDIM - FIORI DEL MIO GIARDINO”, edição bilíngue e com fins solidários, obra premiada na Feira do Livro de Ribeirão Preto de 2009. Integra a Casa do Poeta, a UEI (União dos Escritores Independentes), a UBE (União Brasileira Escritores) e a UBT (União Brasileira de trovadores). Poetisa atuante tem participação em mais de 40 antologias e coleciona importantes prêmios literários.


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Pelo menos o silêncio©


1ª Menção Honrosa
JOSAFÁ DE ORÓS – Campina Grande/PB

                                “E todo silêncio não é feito senão
                                 de palavras que não foram ditas”.
                                                                   Marguerite Yourcenar,
                                                                                Alexis, p 27


Pelo menos o silêncio
Com o caroço duro da palavra
As asas depenadas da garganta
E a pedra lançada no abismo
Venha rabiscar nos meus ossos
O manuscrito inaudito da morte.

Pelo menos o silêncio
Na agudeza do seu sopro
Venha trazer os fios das folhas
O estômato imemorial dos ventos
A gotícula mais antiga do orvalho.

Pelo menos o silêncio
Com os gracejos doidos do segredo
A sangria brava do sexo
A linha tênue da loucura
Venha com os olhos puros da alma
Solfejar nuvens mornas nos meus ouvidos.

Pelo menos o silêncio
No seu gesto invisível
Com o seu nada estridente
Emerja do fundo abissal, do escuro
Com os olhos cegos do mundo
E a constelação absoluta do nada.




Josafá deOrós, nome literário de Josafá Paulino de Lima nasceu no Município de Orós, Ceará em 1965. Desde os anos 70 veio para a Paraíba. Reside em Campina Grande onde desenvolve ações nos campos da cultura e das artes. é sociólogo formado pela UFPB. Como artista plástico participou de dezenas de mostras coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Cuba, França, Portugal, Espanha etc. Em seu histórico, destacam-se produções recentes como poeta. Foi laureado com o Primeiro Lugar da FLIBO 2010, classificado no Festival Tataguassu de Poesia. Com o poema A palavra, lavra foi laureado com o Troféu Natividade no Município de Paranavaí no ano de 2016. Obteve o segundo lugar no Concurso Nacional/Novos Poetas concorrendo com mais de 2.700 poetas. Em 2015 obteve o segundo lugar na Categoria Máster no concurso nacional cidade de Ourinhos-SP. Segundo lugar também  no concurso Roberto Tonellotti de Poesia; 1º lugar Local/Regional na categoria Miniconto da FLIBO 2017. Tem publicado sua produção em antologias pelo Brasil.


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POEMA À ENGENHARIA©


1ª Menção Honrosa
JOSÉ CARLOS BAÊTA – Belo Horizonte/MG


Na gávea, dois engenheiros;
longe o Pascoal, escuro...
O fiscal: - Lá, só atoleiros!
O da Vale: - Ferro puro!

Oh! Como é lindo o horizonte!
Mas para a Vale é veludo;
se for um monte, “desmonte”-
se for pico, “pica” tudo!

Há regras entre os catetos
com a sua hipotenusa;
para as trovas e sonetos
é só despertar a musa.

Que pesadelo infernal
daquele engenheiro afeito:
preso sob o radical,
sem ser quadrado perfeito.

Êta rodovia maldita,
a bê erre três oito um!
O demônio ali transita,
anjos e santos, nenhum.

Pé quente e cabeça fria,
(o alto forno produz bem)
é dito em Siderurgia;
vamos ser assim também!

Minas, sua história encerro;
assim, já foi de outra vez,
vai-se agora o nosso ferro,
como antes o manganês!




José Carlos Baeta, nascido em Mariana-MG, é brasileiro e português. Formação: Colégios D. Bosco, Arquidiocesano(O.Preto), técnico metalúrgico, Engenharia Civil e Direito (UFMG), Pós em Engª Econômica. Lecionou (25 anos) Topografia e Geodésia. Membro da ALACIB/Mariana/MG, e UBT/SecBH. Tem 3 livros publicados: 2 em prosa com alguma poesia e 1 de poesia (trovas).


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MEUS POETAS©


2ª Menção Honrosa
EDUARDO FERREIRA DE SOUZA - Santo André/SP


Decoro Cora Coralina
E nem a mísero beco de todos seus caminhos cheguei
Manoel de Barros me forja
No entanto, pouco de suas muitas nuances vislumbrei

De Drummond,
Tenho um mínimo de todo o seu sentimento do mundo
De Bandeira,
Migalhas de métrica. Sou, em seu pátio, bicho imundo

De um Charles, guardo só o filhote de seu azul pássaro
Do outro, diminuta, parca, insatisfatória dose de opiáceo,
De Leminski, entendo apenas uma parte da humanidade
De Augusto, poucos versos de toda sua brutal intimidade

De Quintana, parte da solidão inquieta, devaneio incontido
Angústia que Freud explica, mas só em Pessoa faz sentido

Deles todos, conservo da poesia somente esta estupefação:
Menos certeza que pasmo ante aos alfabetos da imensidão  



Eduardo Ferreira de Souza é Professor Universitário e Capacitador Organizacional. Sociólogo e Doutorando em Comunicação pela PUC S/P. Várias vezes premiado em concursos literários nas categorias crônica e conto, é autor do livro "Do Silêncio à Satanização: O Discurso de Veja e o MST", publicação de sua dissertação de Mestrado.


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Retorno adiante©


2ª Menção Honrosa
RAFAEL DUARTE CAPUTO – Curitiba/PR


Fui por tempo indeterminado, vim prazo de validade vencido.
Fui semente em solo fértil, vim fruta madura longe do pé.
Fui tudo pode acontecer, vim nada está em seu lugar.
Fui desenho para colorir, vim borrão a ser apagado.
Teimoso, voltei.
Fui arco-íris, vim azul-solidão – cor da saudade.
Fui sexta-feira santa, vim quarta-feira de cinzas.
Fui copo meio cheio, vim cálice meio vazio.
Fui folhas em branco, vim faltando páginas.
Frustrado, voltei.
Fui licença poética, vim desculpa plagiada.
Fui fazer acontecer, vim não tive tempo.
Fui brilho nos olhos, vim cego catarata.
Fui múltipla escolha, vim única opção.
Sem saída, voltei.
Fui grito de gol, vim zero a zero.
Fui erre jota, vim cê dáblio bê.
Fui parabéns, vim pêsames.
Fui sim e não, vim talvez.
Cansado de voltar,
Adiantei-me.
E retornei.



Rafael Duarte Caputo nasceu em 16 de Junho de 1977. Carioca por natureza, mas curitibano por opção, é Professor de Informática e Administração e ocupa, ainda, o cargo de Coordenador Pedagógico no Colégio Excelência em Curitiba/PR. Tamanha paixão pelo universo literário fez com que se tornasse, atualmente, um acadêmico do curso de Letras.


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NUANCES DA ARTE©


2ª Menção Honrosa
ROQUE ALOISIO WESCHENFELDER – Santa Rosa/RS

                  
Arte de flores desenhadas
                   Sobre uma mesa de centro
                   Na espera do clima de amor;
                            Flores pintadas sobre um túmulo novo,
                            Dores imprimidas nas almas enlutadas
                            Da convivência suprimida...

                   Arte da melodiosa canção de saudade,
                   Da alegre toada na viola,
                   Da feliz bailarina em giros pelo salão...
                            Poemas escritos em meio à balbúrdia
                            Da grande e incômoda solidão,
                            Enquanto dançam as letras advindas do coração.

                   Arte da vida, do mundo, do cosmos,
                   Do caos, no domínio de todos os nadas
                   E de todos os tudos, que anulam os excluídos.
                            Raridades em quadros da pintura mundial,
                            Livros escritos por autores de renome
                            E rabiscos da criança não alfabetizada.

                   A arte dói; a arte a suar, a arte na arte,
                   Influência da mente mentecapta, da mente metida,
                   Em todas as instâncias das vivências sofridas...
                            Na alegria das festas, o colorido;
                            Na tristeza do luto, o preto e o branco;
                            Na normal ocorrência, um poeta declama,
Com iluminadas frases, o que lhe vai na alma,
Com versos de fogo, de água e de mares sem fim...



Roque Aloisio Weschenfelder: Natural de Santo Cristo – RS, 68 anos, graduado em Letras, professor de Línguas e Literatura – aposentado – foi mediador de Cursos no CENPEC, é multipremiado em Concursos literários, integra mais 1 centena de antologias, autor de uma dúzia de livros, sendo 2 infantis, atualmente é revisor textual, crítico literário. Cadastrado no site Profissionais do Livro, do Clube de Autores.


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O QUE RESTOU©


3ª Menção Honrosa 
PAULO TÓRTORA – Rio de Janeiro/RJ


O que remanesceu de nossa história
Não cabe nas estrofes de um soneto;
Talvez num canto umbroso da memória
Ou numa velha foto em branco e preto...

O que remanesceu é tão pequeno
Que numa gota de orvalho se encerra
E tremeluz na manhã de sereno
E cresce... e oscila... e cai, beijando a terra.

O que restou de nós é enorme e intenso,
Silêncio do universo mudo e imenso
Na noite de um céu embaciado e frio.

Um poema não comporta a plenitude
Desse legado nostálgico e rude ―
O que restou de nós... foi o vazio...



Paulo Tórtora é Engenheiro, Professor universitário, membro da Academia Madureirense de Letras, do Rio de Janeiro, RJ. Tem participação em várias coletâneas e antologias literárias, nas modalidades Poesia, Contos e Crônicas.


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“AH-MANHÊ-SER”©


1ª Menção Especial
DODORA GALINARI – Belo Horizonte/MG


- Onde está a luz?!!!
Bate asas o galo. Espia...
O dia me arrepia. Magia.
Encantos. Passarada.
- Para quem, o canto?

Deitada... não mais,
num canto, Sá Maria
reza, tem fé.
Acende a lamparina-
o rosto se inclina.

Lá fora, sem sol,
pestaneja o arrebol.
Friorenta lenha
se ajunta na boca do fogão.

Sá Maria se esquenta
- faz café. Sem pão.
Ontem, a sopa.

- Se a noite se foi, onde
está o astro-rei, onde errei?
- Se chegou o dia,
inda vejo estrelas.

Posso vê-las -e, há de ser...-
nos olhos de Sá Maria.
- Ah... mãe Maria,
és a luz do dia!...




Dodora Galinari é nome artístico e literário de Maria Auxiliadora Galinari Nascimento. Filha do fazendeiro José Nascimento Sobrinho e de Joana Galinari. Natural de Dom Silvério/MG, passou a infância em Rio Doce/MG. Juventude em Ponte Nova/MG, onde estudou interna em Colégio Salesiano, formando-se como Professora Primária. Hoje reside em Belo Horizonte. É Psicóloga. Pedagoga com três pós-graduações, foi Supervisora Pedagógica e Inspetora Escolar. Lecionou em todos os níveis de ensino, aposentando-se como Diretora de Escola Estadual. Tornou-se Atriz, Modelo, Manequim. Tem três filhos e cinco netos. Atual presidente da UBT/BH – União Brasileira de Trovadores/BH, tem inúmeras premiações em trovas, poesias e sonetos.


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Sou de lá... ©


2ª Menção Especial
REGINA RUTH RINCON CAIRES – Campinas/SP


Em mim, nada é urbano.
Ao longo da vida,
Travei uma luta inglória com as cidades.
Não sou daqui.
E, somente agora, tarde demais,
Percebo que tenho os pés cativos no trançado do capim-boiadeiro,
Que a minha alma continua encavalada nas tábuas do velho curral,
E que tenho o coração encarcerado pelas porteiras da minha infância.
Sou de lá...



Regina Ruth Rincon Caires, 64 anos, aposentada, cursei Letras e Direito. Nasci em Auriflama/SP, sou casada, tenho dois filhos e um punhado de netos. Eu gosto muito de escrever, gosto de participar de concursos e fui classificada em alguns. Não tenho livro publicado, apenas textos em antologias.


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Temperança©


2ª Menção Especial
TATIANA ALVES – RJ/RJ


Às vezes, meu caminho é de areia
Viscosa
Ardilosa
Movediça
Lodo que aprisiona quem tenta dele escapar.

Às vezes, eu pego a areia
Umedeço
Ajeito
Modelo
E construo um lindo castelo, banhado de espuma do mar.

Mas às vezes eu apenas a observo
Nas dunas
Nos lençóis
Nas tempestades
E deixo que ela escolha qual face vai me mostrar.



Tatiana Alves transgride em poemas, comete delitos literários em contos, crônicas e ensaios e viaja em livros infantis. Rabisca na Revista Samizdat e no site Escritoras Suicidas, já tendo rascunhado nos sites Anjos de Prata, Cronópios e Germina Literatura. Possui vinte e oito livros publicados.  É Doutora em Letras e leciona Língua Portuguesa e Literatura no CEFET/RJ.


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Conquista©


3ª Menção Especial  
IGNEZ MONTEPULCIANO SANTOS DE OLIVEIRA
   Belo Horizonte/MG


A vida sem janelas.
Fechadas portas.
Telhados de vidro?
Nem pensar.

Muros de concreto intransponíveis.
Cercas de arame farpado, imaginárias.
E o ar denso de nuvens tão cinzentas,
Mais opressor que chumbo, mais pesado.

Barulho de trombetas repentinas.
Ou teriam se formado pouco a pouco?
Muralhas de Jericó despedaçadas,
Tais ideias mal formadas se desfazem.

Mil exércitos preparados para a luta.
E a batalha já estava ganha.
Um vento prenunciando a vitória.
E ela, a vitória, já se antecipara.

Os pássaros pousaram nos muros,
Tão de leve.
A água murmurou.
Sou livre e escorreu pela calçada.

Os olhos procuravam o que viria.
E o inevitável aconteceu.
Os pés viraram passos.
E a terra estremeceu.



Ignez Montepulciano Santos de Oliveira, nascida em Belo Horizonte, 16 de janeiro de 1937, professora aposentada, autora: Fadas e Bruxas; O caldeirão da bruxa; Circo de A a Z. Não publicados diversos poemas, contos, contos de cunho infantil e uma gramática lúdica completa com meta linguagem: Viagem com Dona Gramática. Premiada em 1967 na faculdade de Letras e Filosofia de BH, com o titulo Quadrado de vida (poemas). E mãe de 7 filhos, sendo um falecido.


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AMANHé


Menção Especial Destaque – Poesia
ALMIRA GUARACY REBÊLO, Belo Horizonte/MG


Como manter a esperança
de um feliz amanhã?

Nuvens pesadas se avolumam
ensombrando o verde das matas.
Águas em rebeldia se entrelaçam,
perturbando rios e mares.
Braços de fogo enlaçam
campos e cidades.
A natureza em revolta já nos priva
de prazeres outrora concedidos.

A própria ciência ameaça nossa paz.
Bramidos de revolta irrompem, dia a dia,
das entranhas dos povos.
Explode, a cada hora, a peleja entre irmãos.
O fantasma da peste campeia leste a oeste.
A fome grassa e no avanço escorraça
a confiança entre os homens.
O alarma do perigo envenena a ternura
de cada abraço amigo.
Evolou-se a quimera, desfez-se a crença
na concórdia entre os homens.
Meu doce lar já não é meu refúgio.

Cada esquina abriga um crime.
Cada canto esconde um drama.
Cada alma oculta um pranto.
Cada homem é um vilão.
Cada dia leva ao caos.

Preciso de um pouco de fé e de esperança
para enfrentar o amanhã.



Almira Guaracy Rebelo, nascida em Passos, MG. Funcionária Pública concursada. Aposentou-se como Técnica de Administração pelo Ministério da Saúde. Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, Academia Feminina Mineira de Letras e União Brasileira de Trovadores. Participou de diversas Coletâneas Literárias. Livros publicados: CORTINA RENDILHADA – poemas, premiado pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE) em 1995; TODO SENTIMENTO – trovas e glosas – novo prêmio da UBE, em 2002; MUTAÇÕES – poemas, em 2011.


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Sou parte©


Menção Especial Destaque – Poesia
ELZA AGUIAR NEVES, Belo Horizonte/MG


Rio, como você sou parte do universo.
Sou projeto do criador.
De mansinho, faço minha trilha.
Sempre muito só.
Venço os obstáculos.
Debato-me nas pedras, supero.
Sinuosamente vou, procuro o melhor.
Na solidão do silêncio,
ouço apenas meu pulsar.
Muitos se aproximam
nas minhas águas se refrescam,
saciam a sede e partem sem olhar para trás.
Tenho quedas imensas, verdadeiras cachoeiras,
assustam-me.
Recobro o sentido,
reconquisto meu lugar, continuo.
Sinto-me inserida na natureza, compreendo.
Nos dias ensolarados, sou alegre, comunicativa.
À noite, presa aos meus pensamentos e anseios,
peço companhia às estrelas.
Como não sou bela invejo a lua, imponente e majestosa.
Sou como sou, sem muito o que mudar, sigo.
Na correnteza do dia-a-dia deixo me levar.
Não tardo a me lançar em águas
de outras nascentes,
será o fim ou o recomeço de nova vida.



Elza Aguiar Neves, natural de Viçosa, MG. Pertence a Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e Academia Ubaense de Letras com sede em Ubá, MG. Embaixadora Universal da Paz pelo Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse / France. Membro Efetivo da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas da cidade de Mariana,MG. Agraciada com o Certificado de Honra ao Mérito e Medalha de Ouro da Governadoria do Instituto Brasileiro das Culturas Internacionais de Minas Gerais e com o Diploma Destaque Cultural Internacional da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais.


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                  SÓ POR HOJE... ©
                                                  Menção Especial Destaque – Poesia
LUCÍLIA CÂNDIDA SOBRINHO, Belo Horizonte/MG 


Só por hoje...
Empreste seu sorriso
ao tempo,
ele vai retribuir
com sabedoria.

Só por hoje...
Consinta que o vento
sibile na sua janela,
ela vai entoar
sua canção preferida.

Só por hoje...
Permita que o sol
deslize em sua face,
ele vai dourar de luz
sua solidão.

Só por hoje...
Se perca na trilha
da esperança,
ela vai conduzir
seus desejos.

Só por hoje...
Se enterneça com
o clarão da lua,
ela vai pintar de
luar seus devaneios.

Só por hoje...
Abra o coração
à sua infância,
ela vai enfeitar de
ternura seu caminho.

Só por hoje...
Deixe a chuva molhar
seus sonhos,
ela vai respingar
de estrelas seus planos.

Mas não só por hoje...
Convide o amor para
inundar sua alma,
ele vai irradiar de
benção seus dias.


E não só por hoje...
Ame o dom da vida!




Lucília Cândida Sobrinho, natural de Cordisburgo/MG. Possui nove livros publicados – poemas, contos, crônicas, trovas e ensaios. Membro da Academia Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa, da Academia Municipalista de Minas Gerais, UBT-BH e outros órgãos culturais do Brasil e exterior. Possui inúmeras premiações em poesia e prosa, e distinções: Medalha Santos Dumont pelo Governo do Estado de MG, Medalha João Guimarães Rosa e Medalha Sinhá Araújo fundadora da academia de Cordisburguense de Letras e Cartão de Prata Poetisa do Ano Primeira Semana Roseana, 1989, Cordisburgo.


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Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais©


  Menção Especial Destaque – Poesia
MARIA LÚCIA DE GODOY PEREIRA,
Belo Horizonte/MG


No alto dos seus cinquenta e quatro anos,
revestida de honra e de glória,
guarda o mesmo espírito de decanos
que ainda hoje norteia sua trajetória.

Mantém acesa a chama do altruísmo
com empenho e com singularidade:
no saber de um povo, no seu dinamismo
que contempla, com glória, a humanidade.

E tal qual garimpeiro que na lida
se empenha em encontrar veio de ouro,
busca cultura, sua mina preferida,
está nas letras o seu maior tesouro.

Venho pois nesta data, com alegria,
trazer-lhe os meus votos de renovo:
ao se fazer nova a cada dia
és guardiã da história de um povo.




Maria Lúcia de Godoy Pereira. Nasceu em Ipanema- MG, filha de Hypólito Pereira Filho e de Esmeralda de Godoy Pereira.

Pedagoga atuou em vários segmentos da Educação e aposentou na Reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. É Presidente Emérita da União Brasileira de Trovadores – UBT; é Acadêmica Benemérita da Academia Corsdisburguense de Letras de Guimarães Rosa, membro do Clube da Simpatia na cidade de Olhão – Portugal. Membre d´Honneur, 157, Divine Académie Française des Arts Lettre et Culture; acadêmica da Academia de Letras e Artes da Serra – ALEAS- ES. É Acadêmica da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (AMULMIG) onde ocupa o cargo de Secretária Geral.


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CARÊNCIA©


Menção Especial Destaque – Poesia
ZAÍRA MELILLO MARTINS, Caeté/MG


Sinto uma solidão tão grande...
uma carência de afeto,
de braços a me envolver,
de mãos a me afagar,  
de olhos a olhar meus olhos
e de uma voz amiga
a me dizer -- profunda --
"Você é mais que tudo!"
Sou como flor viçosa,
madura,
no ponto exato
de enfeitar jardins,
de encantar olhares...
mas bem perto
do desfalecimento
de suas pétalas chorosas ...
Pedaços de mim
que podem cair
qual rosa murcha e frágil.
É o ar que sufoca,
o vento que abala,
a chuva que abate,
a tesoura que poda.



Zaíra Melillo Martins. Natural de Itabirito/MG. Graduada em Letras, pós-graduada em Psicopedagogia. Primeiro texto publicado aos 16 anos.

Inúmeras publicações em jornais, revistas e antologias, sendo estas no Brasil e no exterior.Pertence à AMULMIG desde 2000, e a outras academias seguintes: de Vassouras/RJ, Mariana, França e Portugal.Publicou uma antologia poética sobre Itabirito, e registrou as memórias infantis das filhas no livro"De Meninas e de Bichos". Medalha de Ouro do Inst. Brasileiro de Culturas Internacionais/MG. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Ciclo do Ouro, em Sabará, e dos Conselhos Municipais do Patrimônio Histórico e o de Turismo, em Caeté, onde reside.


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ETERNAS©


Menção Especial Destaque Internacional – Poesia
      EDWEINE LOUREIRO, Saitama - Japão


Olga, Dandara, Joana d’Arc...
Preferiram ser mártires
a servir à misoginia,
que à Igualdade asfixia.

Anita Garibaldi, Malala...
Muitos tentaram calá-las
com a violência das balas!

Mas não há armas nem algozes
que possam abafar as vozes
dessas mulheres, tão fortes
que derrotam até a Morte.



EDWEINE LOUREIRO nasceu em Manaus em 20 de setembro de 1975. É advogado e professor, residindo no Japão desde 2001. Possui mais de duzentas classificações em concursos literários no Brasil, em Portugal e na Espanha. Seu livro “Filho da Floresta (e outros poemas)” recebeu, em 2016, o Prêmio Vicente de Carvalho da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE-RJ).


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POETAS DO MEU PAÍS



     Menção Especial de Destaque Internacional - Poesia
MARIA JOSÉ FRAQUEZA


Poetas do meu país
Vós sois a força motriz
Precursores de gerações
Além da vida louvados
Serão sempre recordados
Com palmas e ovações.

Poetas do meu país
Eu seria mais feliz...
Nestes tempos atuais
Sem esquecer os preferidos
Muitos merecem ser lidos
Os poetas dos florais!

Poetas do meu país
Na alma a nossa raiz
Plantando a árvore da vida
Desde meus avós e pais
Sois Poetas dos Florais
A geração esquecida!

Por isso, amigos leais
Continuarei nos Florais
Divulgando a Poesia
Quer através da leitura
A mostrar que a cultura
Por nós é bandeira erguida!

Maria José Fraqueza, nome literário de MARIA JOSÉ VIEGAS DA CONCEIÇÃO FRAQUEZA, natural de Fuseta, Algarve, Portugal, professora, escritora, artista, compositora, divulgadora e ativista cultural, mantenedora dos Jogos Florais de Nossa Senhora do Carmo, fundadora da Casa Museu Profª Maria José Fraqueza. (por Angela Togeiro)
Mais informações sobre a ilustre escritora:

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