terça-feira, 1 de agosto de 2017

Memorial para Cely Vilhena



Memorial para

Cely Maria Vilhena de Moura Falabella

(16/02/1930-30/07/2017)


Amulmig – cadeira 158 – Município de Conquista/MG
Patrono Tomás Vilhena de Moura

Afemil - cadeira 32, Patrona Henriqueta Lisboa.

“As pessoas não morrem, ficam encantadas”.
Guimarães Rosa



Com Cely nasceu mais um encantamento.

Por certo, como se fôssemos aves de arribação, todos nós devemos tornar a Casa. As mil perguntas que rondam em torno da vida e da morte, da porta de entrada e da porta de partida, continuam insondáveis, presas dentro de arca inviolável em nosso Ser.

A chegada em alegria e a partida em tristeza...

No meio destas questões milenares, vem o caminho a trilhar...

É no resultado desta jornada a que nos atemos... podemos seguir mil veredas, termos mil opções e sabermos pisar, enfrentar o mal, o mau e o bruto e tocar e pegar aquilo que nos completa do Bem, do Bom e do Belo...

Ter as mãos cheias deles, para esparramarmos alhures a quem precisar de se espelhar, é o fruto do fortalecimento da alma e amadurecimento do caráter.

E assim, nesta jornada, vemos coroada a vida da confreira e amiga. A família educada, criada trilhando o que ela alimentou em seus caracteres desde o seu ventre.

A vida profissional. A espiritual. A intelectual.

Conheci Cely poeta. Primeiro na Amulmig. Depois estivemos na Afemil, na UBT-BH. Também pertenceu ao Elos Clube onde foi presidente. Personalidade ao mesmo tempo meiga e forte, como necessita ainda a mulher de ser. Arrojada! Marcante!

Mas o encanto vem de suas palavras.

Nasceu com alma poeta e esparramou no mundo seus versos.

Tive a glória de conviver com eles nestes anos de proximidade.

Na Afemil, ela me fez o discurso de recepção e leu poemas meus quando ali me empossei como acadêmica benemérita, junto com outras confreiras – Maria de Lourdes Rabello Villares, Magda Lúcia Rodrigues, Carminha Ximenes e Virgínia Schall, de saudosa memória.

Também quando me tornei acadêmica efetiva foi ela, com outras confreiras, que me conduziu até a mesa de honra para ser empossada.

Estivemos juntas também no Conselho Superior da Amulmig, onde sempre procurou o crescimento de nossa casa.

Hoje deixo aqui este meu momento de reflexão, em que a vejo como as aves esvoaçando pela vida...

Esvoaçando com seus xales e echarpes – que ninguém os vestia melhor que ela, e adejando seus versos onde almas têm um pouso para eles.

Será assim sempiternamente.

Belo Horizonte, 30 de julho de 2017.

Angela Togeiro












Livros de Cely Vilhena:

1987, Conquista de meus Amores

1988, Os olhos de Aarão

1999, Romance de Bárbara Eleodora

1994, Clara e Francisco de Assis e de Deus

2001, Na esteira do tempo

2006, A casa do Menino















2 comentários:

  1. Agradecemos a linda homenagem a nossa querida e eterna mãe. Gratidão pelo carinho.

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  2. Ângela, quanto sentimento e beleza nestas palavras que só poderiam ser de uma alma de poeta e amiga fraterna. Não tive o privilégio de ter convivido com a Cely. No entanto me uno em espírito para homenageá-la.

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