Memorial para
Cely Maria Vilhena de Moura Falabella
(16/02/1930-30/07/2017)
Amulmig – cadeira
158 – Município de Conquista/MG
Patrono Tomás
Vilhena de Moura
Afemil - cadeira
32, Patrona Henriqueta Lisboa.
“As pessoas não morrem, ficam encantadas”.
Guimarães Rosa
Com Cely nasceu
mais um encantamento.
Por certo, como se
fôssemos aves de arribação, todos nós devemos tornar a Casa. As mil perguntas
que rondam em torno da vida e da morte, da porta de entrada e da porta de
partida, continuam insondáveis, presas dentro de arca inviolável em nosso Ser.
A chegada em
alegria e a partida em tristeza...
No meio destas
questões milenares, vem o caminho a trilhar...
É no resultado
desta jornada a que nos atemos... podemos seguir mil veredas, termos mil opções
e sabermos pisar, enfrentar o mal, o mau e o bruto e tocar e pegar aquilo que nos
completa do Bem, do Bom e do Belo...
Ter as mãos cheias
deles, para esparramarmos alhures a quem precisar de se espelhar, é o fruto do
fortalecimento da alma e amadurecimento do caráter.
E assim, nesta
jornada, vemos coroada a vida da confreira e amiga. A família educada, criada
trilhando o que ela alimentou em seus caracteres desde o seu ventre.
A vida
profissional. A espiritual. A intelectual.
Conheci Cely poeta.
Primeiro na Amulmig. Depois estivemos na Afemil, na UBT-BH. Também pertenceu ao
Elos Clube onde foi presidente. Personalidade ao mesmo tempo meiga e forte, como
necessita ainda a mulher de ser. Arrojada! Marcante!
Mas o encanto vem
de suas palavras.
Nasceu com alma
poeta e esparramou no mundo seus versos.
Tive a glória de
conviver com eles nestes anos de proximidade.
Na Afemil, ela me fez
o discurso de recepção e leu poemas meus quando ali me empossei como acadêmica benemérita,
junto com outras confreiras – Maria de Lourdes Rabello Villares, Magda Lúcia
Rodrigues, Carminha Ximenes e Virgínia Schall, de saudosa memória.
Também quando me
tornei acadêmica efetiva foi ela, com outras confreiras, que me conduziu até a
mesa de honra para ser empossada.
Estivemos juntas
também no Conselho Superior da Amulmig, onde sempre procurou o crescimento de
nossa casa.
Hoje deixo aqui
este meu momento de reflexão, em que a vejo como as aves esvoaçando pela
vida...
Esvoaçando com seus
xales e echarpes – que ninguém os vestia melhor que ela, e adejando seus versos onde almas
têm um pouso para eles.
Será assim
sempiternamente.
Belo Horizonte, 30
de julho de 2017.
Angela Togeiro
Livros de
Cely Vilhena:
1987, Conquista
de meus Amores
1988, Os olhos
de Aarão
1999, Romance
de Bárbara Eleodora
1994, Clara
e Francisco de Assis e de Deus
2001, Na
esteira do tempo
2006, A casa
do Menino
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Agradecemos a linda homenagem a nossa querida e eterna mãe. Gratidão pelo carinho.
ResponderExcluirÂngela, quanto sentimento e beleza nestas palavras que só poderiam ser de uma alma de poeta e amiga fraterna. Não tive o privilégio de ter convivido com a Cely. No entanto me uno em espírito para homenageá-la.
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