sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Dezembro Amulmig - Projeto SEMPREVIVOS - Acadêmica Leocádia Godinho e Siqueira e seu Patrono João Corrêa Barbosa Júnior












No dia 04 de dezembro tivemos na Amulmig mais uma apresentação do Projeto SEMPREVIVOS, criado pelo Presidente Emérito Luiz Carlos Abritta, com as palestras de Elza Aguiar Neves e Cecy Barbosa Campos, falando sobre Leocádia Godinho e Siqueira e João Corrêa Barbosa Junior, respectivamente. Uma tarde magnífica onde, além da apresentação dos perfis, pudemos desfrutar dos ricos de poemas dos homenageados e das palestrantes. A acadêmica Cey Barbosa Campos veio de Juiz de Fora especialmente para apresentar o Patrono da cadeira 12, João Correa Barbosa que é seu avô. Na ocasião presenteou os presentes com o livro que organizou sobre ele: A obra poética de João Corrêa Barbosa Júnior.

Acadêmica:
LEOCÁDIA GODINHO e Siqueira
Patrono:
JOÃO CORREA BARBOSA Junior
    Cadeira 012
    (1880-1972)
    Município
UBÁ
    Ano da Posse 1964


Acadêmica:
ELZA AGUIAR NEVES
Patrona:
LEOCÁDIA GODINHO
    Cadeira 287
    (ó25/02/1934)
    Município
UBÁ/MG
    Ano da Posse 2000

Patrono da cadeira 12-AMULMIG:
JOÃO CORRÊA BARBOSA JUNIOR
Professor, Poeta, jornalista, farmacêutico.
Natural de Rodeiro de Ubá
(26/04/1875-20/06/1939)





A Acadêmica, ocupante da cadeira 12, 
Poetisa LEOCÁDIA GODINHO E SIQUEIRA

Elza Aguiar Neves













No ano 2000 tomei pose na Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, escolhi para minha patrona a poetisa Leocádia Godinho, ubaense de coração, com quem eu convivi.
Leocádia Godinho, filha de Ignácio Godinho e de Thereza Vieira Godinho, nasceu em Cachoeira Alegre, Minas Gerais.
Fez o curso primário em São Domingos do Prata e o secundário na Escola Normal de Barbacena, diplomando-se pela de São João del - Rei.
Colaborou em diversos jornais e escreveu várias obras, conservadas inéditas.
Em Ubá casou-se com o Sr. Messias Siqueira, tendo deste casamento dois filhos: Dr. Evandro Godinho Siqueira, médico da Saúde Pública no Rio de Janeiro, funcionário no “Serviço Nacional da Malária”, e o Dr. Yvanoft Godinho Siqueira advogado falecido aos 26 anos de idade no Rio de Janeiro, quando alto auxiliar do DASP.
Em 1929, Leocádia Godinho fez parte dos ilustres fundadores do Ginásio Estadual “Raul Soares”, cabendo-lhe a cadeira de Desenho, matéria que lecionou durante 27 anos, acumulando 15 anos no ginásio Municipal e, por algum tempo, francês na Escola Normal “Sacré-Coeur de Marie”, em Ubá.
Dr. Martins de Oliveira escreveu à poetisa Leocádia Godinho:
“Publique os seus versos quanto antes. Venham eles imediatamente em livro.
Preste a seu tempo e à sua gente o tributo de seu coração e de seu nobre espírito.
Somos todos garimpeiros da arte. Muitas vezes, a pedra que se acha em nossas mãos e que julgamos sem preço poderá ser amanhã joia de subido valor. O tempo é que irá dizer, um dia, da sinceridade dos homens que buscaram servir o ideal.
E o ideal, nos dias pragmáticos presentes, é ainda alguma coisa digna de estima e devoção invariáveis.
Venha seu livro. Quero ter a alegria de a saudar em público pelo seu devotamento, pela sinceridade de sua intenção, pela riqueza espiritual de seus versos e , acima  de tudo, pela certeza de que, como a delicada poetisa de Diamantina, Mariana Higina, há de figurar um nome na galeria das mineiras ilustres- Leocádia Godinho”
A poetisa Leocádia Godinho publicou em 1954 o livro “NENÚFARES”. Publicou a seguir: “Neve na Serra”, 1960, “Na Espiral da Vida”, 1965, “Nonada”, 1969, “Noite Alta”, 1970, “Nômina”, 1972, todos de poesia. 
 

Em versos extravasou seu pensamento sobre o tema, título do livro:





Os nenúfares

Pelas margens do charco, às bordas pantanosas
Da água verde estagnada,
Vive profusamente uma porção alada
De insetos a zumbir nas sebes espinhosas
Que medram por ali quais virentes esteiras
Junto das goiabeiras.

O pântano de agora, antigamente fora
Corrente cristalina onde encontrou a cesso
A inquebrável mão ativa do progresso
Que o rio desviou cruel e destruidora.

E onde a criança loura e a criança morena
Alforjavam sorrindo a cabeça mimosa
Na linfa mergulhando a face cor de rosa,
Mudou-se inteiramente a pitoresca cena:-
Pois que, vicejam lá, num tapete de flores,
NENÚFARES azuis e brancos, multicores...

Foram 156 poemas, um retrato de sua vida interior, cheios de sentimentos e muitos dedicados a amigos nos quais ela cita os nomes e muitas vezes a ocasião e a razão pela qual que os escreveu.
Em Ubá onde viveu por muitos anos era ela respeitada e estimada.
A casa onde Leocádia Godinho residiu, na Rua Padre Gailhac, foi tombada pela prefeitura de Ubá. A finalidade é preservar o imóvel de interesse histórico e dar-lhe destinação para fins administrativo-culturais.
Escrever sobre Leocádia Godinho é uma forma de trazer a todos a figura de uma poetisa mineira cujo nome não pode ficar no esquecimento.
Outros poemas – sonetos de Leocádia Godinho

Home Sweet Home©
Queira abrir o portão e entrar; a casa é sua; 
Nosso jardim florido o aguarda a cada instante: 
Murta, aglaia e verbena, em floração constante, 
Derramam por ali o aroma que flutua... 

Deixe atrás o gradil que o separa da rua; 
No meio de jasmins, lírios, cravo gigante, 
Chegue à porta e será bem-vindo, visitante, 
Quer seja à luz do sol, quer ao clarão da lua... 

O teto é hospitaleiro e encerra protetor, 
Relíquias ancestrais e livros comme il faut, 
Cada sombra irreal representando um ser.

Venha à nossa vivenda, à vivenda do amor, 
Daquele santo amor de minha avó e avô... 
Venha ao lar em que vivo e onde espero morrer. 


Na Mesma Tecla© 
O peregrino ama o fulgor celeste 
da rubra estrela que cintila além 
quando escurece, quando a noite vem; 
A abelha adora de uma flor agreste

o doce pólen que a seduz, também 
o mel dourado que a baunilha tem... 
Ama a araponga o matagal sombrio 
onde o seu canto o arvoredo abala;

a chuva mansa, após intenso estio 
a areia ardente em cambiante opala... 
A borboleta ama o vergel; o rio

o araçazeiro de folhagem rala; 
ama o poeta o sonho fugidio, 
eu amo tudo o que de ti me fala!








O PATRONO da Cadeira 12
JOÃO CORRÊA BARBOSA JÚNIOR












O autor - perfil biobibliográfico

João Corrêa Barbosa Júnior nasceu em Rodeiro de Ubá, Minas Gerais, a 26 de abril de 1875, o quarto dos oito filhos de João Corrêa Barbosa e Presciliana Rita Corrêa. Seus avós paternos eram Jerônimo Corrêa Barbosa e Prudência Maria de Jesus e os avós maternos, o português Justino Alves e Joaquina Soares.
Todos os seus ascendentes foram agricultores nas terras de Ubá. O pai foi também Capitão da Guarda Nacional. Todos os filhos do capitão trabalharam na lavoura por algum  tempo, sendo que o menino João teve encargos mais leves por não ter a mesma condição física dos irmãos, fortes e robustos. Com a saúde frágil, foi, em certa ocasião, acometido de pleurisia, doença pulmonar em virtude da qual teve que fazer uma punção, um procedimento delicado naquela época. Mas, mesmo assim, ao se recupera, não foi poupado do trabalho que lhe era reservado, tendo que ser candeeiro de bois, uma ocupação que não exigia tanto esforço físico como labutar na terra.
No momento adequado, o pai encaminhava os filhos para os estudos no Caraça. Foi este o destino de João e dos irmãos Joaquim, Plácido e Francisco. Só o mais novo, Antonino, não estudou no conhecido colégio. De lá, João Corrêa Barbosa Júnior
foi estudar em Ouro Preto, onde concluiu os preparatórios, segundo o certificado de conclusão datado de 12 de fevereiro de 1898.

Em seguida, foi para o Rio de Janeiro e ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha. Parece não ter se adaptado bem à rígida disciplina que era imposta aos estudantes e, em certa ocasião, foi convidado com um grupo de colegas a deixar aquela casa. Em pouco tempo, a instituição reviu esta atitude e os alunos foram anistiados, podendo  voltar à Escola  Militar, mas João preferiu a vida civil e se encaminhou à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde fez o curso de Farmácia, graduando-se em 1902.
Desde os tempos de Ouro Preto, sua vocação para as letras já se manifestava. Há escritos seus em prosa datados a partir de 1896, manuscritos com letra bem pequena, em papel desgastado pelo tempo e de difícil leitura. Parece que, na mesma época, começou a escrever poesias, não se preocupando em organizá-las ou guardá-las com cuidado. Algumas foram encontradas em pedaços de papel dentro de livros, em beiradas de jornais ou papel de embrulho, escrevia naquilo que estivesse ao seu alcance no momento da inspiração.
Com a sua formatura em 1902, retorna à sua terra natal e começa a exercer a profissão de farmacêutico. Entretanto, os negócios não iam bem e ele abandona a farmácia, indo para Itaperuna, onde vai dirigir o "Itaperunense", como redator-chefe. Fundou também um pequeno jornal, "O Balão", em Varre-Sai, localidade do Estado do Rio de Janeiro.
Pouco tempo depois, volta para Rodeiro e reabre a farmácia. Em 27 de abril de 1904, casa-se com Maria Cardoso Duarte, portuguesa, e vive em Ubá até 1918. Decide-se tentar a vida em Juiz de Fora e muda-se com esposa e filhos para esta cidade mineira onde dirigiu a Farmácia Corrêa até a sua morte, em 20 de julho de 1939. Este período, de 1918 a 1939, proporcionou-lhe muitas alegrias e tristezas. Teve nove filhos, dos quais oito sobreviveram, e sofreu a perda de sua amada esposa, musa inspiradora a quem ele se referia como "Mon Étoile".
Intelectual mente, teve uma vida muito produtiva. Lecionou na Academia de Comércio, instituição tradicional na cidade, hoje Colégio Cristo Redentor; foi professor na Escola de Farmácia e Odontologia de Juiz de Fora; escreveu e publicou o livro Elementos de Química Toxicológica, que foi adotado no curso de  Farmácia; colaborou em vários jornais locais, como "Gazeta  Comercial", "Jornal do Comércio", "Farol", "Folha Mineira", "Diário de Minas", "Correio de Minas" e outros. Escrevia também para jornais de Ubá, a "Gazeta de Ubá" e "O Imparcial''.
Também a sua atividade como jornalista é dificilmente averiguada na totalidade, pois os jornais foram guardados precariamente, com cortes mal feitos e nos quais, às vezes, não é possível encontrar nem o nome nem a data da publicação. Outro complicador é a diversidade de identificações do autor: encontramos diferentes assinaturas, J.C. Barbosa, C. B., J. Corrêa Barbosa. Utilizava ainda vários pseudônimos, como P. Santa Cruz (identificável por ter sido ele o criado de uma fórmula para a conhecida Pomada  Santa Cruz), Helena Duvalli, Rigollot e ainda, provavelmente, D. Xiquote e Aleixo Penna.
Tornou-se admirado como jornalista e, em 1957, por ocasião do centenário da cidade de Ubá, o seu nome foi lembrado como um dos dez melhores jornalistas do centenário. Seus trabalhos em prosa caracterizavam-se pela objetividade, clareza e linguagem contundente, sempre manifestando sua opinião sem subterfúgios, atacando obras e atitudes de pessoas influentes com coragem e determinação.

Publicou uma série de crônicas e versos satíricos sob o título de "Sinapismos", com o pseudônimo Rigollot, em alusão aos emplastos revulsivos criados pelo farmacêutico Paul Jean Rigollot. O poeta critica políticos, pretensos escritores e a sociedade em geral.
Nos artigos publicados, em seus manuscritos e no diário que escreveu de 1927 até véspera de sua morte em 1939, João Corrêa Barbosa Júnior deixou registrados fatos da história do país, traços biográficos de personalidades da época, comentários sobre obras literárias e escritores famosos, além de poemas e contos de sua autoria. Assim, verificamos sua preferência por Machado de Assis, Camões e Cervantes. Tornamos conhecimento de sua opinião sobre vulto de destaque como João Pinheiro, Artur Bernardes, Hermes da Fonseca, Rui Barbosa, Antônio Carlos e outros. Com bom humor, escrevia também propagandas para as fórmulas que criava: o fortificante Arrheno-Kola, a Pomada Santa Cruz, o Pó Anti-dispéptico e cremes diversos.
Destacou-se por sua atuação no III Congresso Brasileiro de Farmácia, no qual foi eleito presidente da 36 Seção da Comissão Científica, realizado em Belo Horizonte e Ouro Preto, de 14 a 21 de abril de 1939. Os jornais mencionaram a sua brilhante participação como representante da Escola de Farmácia e Odontologia no evento, com artigos, de A. V. Magaldi, presidente da União Farmacêutica de Juiz de Fora, de Gumercindo Machado, diretor da sucursal do "Radical", com o título "O espírito de brasilidade de um professor montanhês", de J. G. Freitas Campos, no artigo "Revendo Ouro Preto", em que trata sobre o discurso pronunciado por seu antigo mestre Corrêa Barbosa. Esse mesmo discurso, proferido a 17 de abril de i939, veio a ser publicado na forma de um opúsculo.
Sua morte repentina, em 20 de julho de 1939, quanto contava 64 anos, chegou pouco tempo depois da aprovação de sua tese para o concurso de catedrático em Bromatologia, na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Juiz de Fora e foi muito sentida por alunos, amigos, admiradores e sem dúvida pelos seus familiares e os oito filhos aos quais dedicou sua vida desde a prematura morte da esposa, aos 42 anos. Sua partida repercutiu, tristemente, junto aos clientes da Farmácia Corrêa, que sempre contavam com a ajuda do farmacêutico prestimoso, acolhedor e desinteressado pecuniariamente. Sua generosidade foi mencionada em artigo na "Folha Mineira" de 4 de agosto ele 1939, por A V. Magaldi, com as seguintes palavras: "Da farmácia ele fez um lar maior, onde a clientela  era sua grande família. Um sacrário onde exerceu o seu sacerdócio, com extrema correção, sem medir tempo nem canseiras, nem lucros pecuniários, pondo nele todo o seu talento, toda sua habilidade, todo o seu altruísmo.". Hoje, dá nome a uma das ruas de Juiz ele Fora, no bairro Santa Terezinha. É lembrado, ainda, como patrono da cadeira de número 12 da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (AMULMIG) e patrono da cadeira de número 37 da Academia Juiz-Fora na de Letras (AJFL).
                                                                   Cecy Barbosa Campos

Alguns poemas do livro A Obra poética de JOÃO CORRÊA BARBOSA JÚNIOR

Mon étoile©  

Minha estrela tu foste! Linda estrela!

Tua alma tinha um resplendor tão raro,

Que o meu destino se guiou por ela

Sem nunca se enganar

E foste, para mim, seguro amparo.



Desde o sopé da íngreme ladeira

A mão me deste e o teu melhor conselho.

Tu bem soubeste ser a conselheira;

Ante à qual eu devia,

Sem quebra de altivez dobrar o joelho.



Tantos anos felizes, doce amiga,

Somente Deus, pela divina graça,

Pode deixar que outro casal consiga!

Que tenham nossos filhos

A dita de beber por esta taça!



É bem certo, porém, que a desventura

Ocupa o leito da desolação

E fere lentamente a criatura

Que se sente feliz,

Em pleno peito, em pleno coração.



02 de fevereiro de 1934.



Um crucifixo



Esta imagem de Cristo, que domina

Toda a silente nave da capela;

Que o templo inteiro e as almas ilumina,

Todos os atos da Paixão revela.



Transfigurada a face outrora bela,

Da fronte genial que ora se inclina

Parte um olhar de mágoa sobre aquela

Virgem Mater, castíssima e divina.



Há no seu corpo macerado e torto

Toda a impressão de dor e desconforto,

Toda a beleza trágica do feio!



É de todas, porém, que tenho visto,

A mais perfeita imagem... pois não creio,

Que fosse belo, quando morto, o Cr isto!



27 de março de 1900

A seca

Dezembro. O sol, do alto, dardejava;

Sobre a campina raios flamejantes;

E a caravana enorme dos marchantes

Magras vitelas, velhos bois laçava.



Nem um arbusto verde resta agora

Nessa campina, outrora verdejante,

Onde pastava o nédio touro errante,

Mugindo às vacas pelo vale em fora.



Nem uma flor existe na capoeira

Que engrinaldava a beira das estradas;

Nem mais o sal que vinha da barreira,

Nutri r dos bois as céleres manadas.



E hoje, gemendo vai o pobre gado,

Sem repousar sequer u m bocadinho;

E em busca de ervas pelo extenso prado,

Morre de fome à beira do caminho.



06 de fevereiro de 1898. 



A Palestrante 

ELZA AGUIAR NEVES
Elza é natural de Viçosa/MG, casada com o Engº Agrônomo José do Carmo. Professora, contabilista, design e escritora – prosa e verso. Tem expressão em contos, crônicas, poesia e, sobretudo, em literatura infanto-juvenil como autora e ilustradora. Reside em Belo Horizonte/MG.
Em 2009, articulou e desenvolveu o Projeto “Encontro com a Leitura”. Participou do Projeto Projovem Adolescente e Fórum das Letras, em Ouro Preto/MG.
Academias:
o    Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais – AMULMIG - Belo Horizonte/MG,
o    Academia Feminina Mineira de Letras - Belo Horizonte/MG,
o    SBPA – Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas – Mariana/MG
o    Acadêmica Correspondente da Academia Ubaense de Letras – Ubá/MG
o    Embaixadora Universal da Paz pelo Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France. 
Algumas publicações:
Prosa e Verso:
1.  Cristais – poesia – Prêmio Internacional Brasil América Hispânica, da Academia Feminina Mineira de Letras.
2.  Drusa – poesia – Prêmio Feminino Lacyr Schettino de Poesia da Academia Feminina Mineira de Letras.
3.  Pedras do Tempo – poesia.
4.  Contos de areia – contos.
5.  Alfazemas e Corais – crônicas.
6.  Infanto-juvenis:
7.  Sob o céu de Casa Branca.
8.  Reno – Prêmio de Literatura Infantil e Infanto-Juvenil Centenário Alaíde Lisboa de Oliveira, da Academia Mineira de Letras, Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e Academia Feminina Mineira de Letras.
9.  Depois do Arco-íris.
10.             Sinfonia viva.
11.             Asas ao vento.
12.             Carol, a boneca que tem alma.
13.             Uma lua rosada e a estrela fujona.
14.             Vem da mata o grito de paz.
15.             O Espantalho amigo.
16.             Dunco, o macaco trapalhão.
Participa de várias antologias nacionais e internacionais com outros escritores decorrentes de prêmios literários. Colabora com edições da AMULMIG. Colabora no Jornal O Popular de Viçosa/MG. 
Verbete: “Dicionário de Mulheres” de Hilda Agnes Hübner Flores. 
Agraciada com a Medalha dos 40 Anos – Jubileu de Rubi, da AMULMIG, com o Certificado de Honra ao Mérito e Medalha de Ouro da Governadoria do Instituto Brasileiro das Culturas Internacionais de Minas Gerais, 2010 e Diploma Destaque Cultural Internacional Amulmig 2010. Troféu “Cecília Meireles – 2011”, Categoria Especial, no evento “Mulheres Notáveis” em Itabira, Minas Gerais.

A poesia de Elza Aguiar Neves
Aldravias©


no
topo
do
pinheiro
ninho
vazio
recordar
é
curvar
diante
do
passado
a
lua
esbanjando
charme
usa
prata
folhas
ao
vento
falas
da
natureza
ipês
floridos,
pétalas
dourando
as
calçadas

os
pássaros
gorjeiam
uma
sinfonia
natural.
tempo
redemoinho
misturando
esperança
e
saudade
o
céu
cinzento
derrama
translúcidos
cristais
colore
saudades
em
tons
rosa
anil
pedras
rústicas
cobrindo
os
caminhos.
Simplicidade



Poema livre:
Doce Convívio©, do livro Drusa.

“Como que acordando
de um sonho,
confiro
minha imagem no espelho,
sinto
o efeito do tempo.
Foi tão doce
o nosso convívio,
o caminhar a dois
que não percebi
o quanto envelhecemos!...



A palestrante
CECY BARBOSA CAMPOS


Cecy é natural de Juiz de Fora, MG. Bacharel em Direito e Licenciada em Letras/Inglês. Mestre em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, de onde é professora aposentada atuando no ensino, pesquisa, extensão e administração. Participou do Projeto Helen Keller, para deficientes visuais, em convênio da Faculdade de Educação, Colégio de Aplicação João XXIII e Associação dos Cegos de Juiz de Fora. Continua na Associação dos Cegos, como voluntária, dirigindo Rodas de Conversa que incluem discussão de textos e oficinas de poesia. Tem um livro de aldravias no prelo, com a versão comum e a versão em Braille, o “Respingos Poéticos”.
Pertence a academias de letras e instituições culturais no Brasil e no exterior. Publicações: antologias, capítulos de livros, prefácios, artigos, anais de congresso e 11 livros solo. Entre eles, Crepusculares, lançado na Semana Luso-brasileira, em Portugal, e Animais encantados na poesia: aldravias infantis, o primeiro livro de aldravias infantis publicado no Brasil, em 2014 e o atual A obra poética de João Corrêa Barbosa Júnior. Entre as suas premiações destacam-se, em 2017 o 1º lugar na categoria ensaio, no Concurso Interno de Literatura da UBE/RJ com “Memória e Contemporaneidade em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo” ; 1 lugar no Concurso de Literatura da ABRAMES, com o ensaio “Quarto de Despejo e o espectro da fome”. Em 2018 foi classificada com o 2 lugar no Concurso Interno da UBE/RJ com “Teixeira e Sousa- um autor esquecido” e com Menção Honrosa na ABRAMES, com Maria Firmina, uma maranhense. No Concurso Internacional de Literatura da UBE/RJ 2018 para livros publicados em 2017 obteve o 2º lugar com o livro “Redoma de Aldravias”.
Entre as diversas entidades culturais de faz parte de: Alacib - Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, SBPA - Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas, Conselho da Ajeb/RJ – Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, União Brasileira de Escritores/RJ, Academia Juiz-forana de Letras/MG, Academia Granberyense de Letras, Artes e Ciências, Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa, Academia Pan-Americana de Letras, Associação Inclusiva de Autores Brasilienses, Conselho de Museu Mariano Procópio, Acadêmica Correspondente da Academia Ubaense de Letras-Ubá/MG, Academia Internacional de Heráldica (Lisboa), Academia Portuguesa Ex-Libris, Universidade Lusófona de Humanindades e Teconologias, Academia de Letras e Artes de Portugal, International Writersand Artists Association (USA), Divine Académie de Artes, Lettres e Culture Française.

Poemas de Cecy Barbosa Campos

FIAT LUX ©

O dia abriu os olhos

e enxergou , com tristeza ,

as misérias do mundo.

Vendo homens e mulheres

maltrapilhos,

aconchegados em vãos de portas

que para eles

nunca se abririam,

chorou.

Não conseguiu acender as luzes

do sol,

nem conseguiu fazer

a luminosidade da alegria

baixar sobre aquelas cabeças

sem teto.

A escuridão permanece.

Falta luz às cavernas

da desumanidade

e da ignorância. 


ÁLBUM ©

Desfolhando o velho álbum de retratos
que jazia abandonado  em alguma prateleira,
relembrei pessoas que estavam esquecidas
e não reconheci imagens que eram minhas.
O tom amarelado esmaecia
sorrisos jovens  que ficaram tristes;
tirava o viço de vidas tão distantes
e que um dia foram parte da minha vida.
Entre as velhas amizades retratadas
revi amigos dos quais eu lembro os nomes
e outros, dos quais mais nada resta
porque ficaram perdidos pelo tempo.
Ao contemplar aquelas fotos desbotadas
vou rejuntando, aos poucos, os pedaços
de uma história que nem sei se já vivi.


OLHAR CEGO ©

Quando te olho, o meu olhar é cego,

não quero ver aquilo que não quero.

Só enxergo  alguém que  não existe,

um ser imaginário que me engana.

Iludida vou seguindo pela vida

Vivendo fantasias  perpetradas

pela vontade  de amar  uma quimera.

Quando eu puder arrancar

a capa que te cobre

e então discernir a tua  realidade,

serei  mais feliz?! ... não sei,

talvez  prefira

conservar  a venda  que meu olhar encobre

e continuar a ver apenas  o que quero. 

























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