No dia 04 de dezembro tivemos na Amulmig mais uma
apresentação do Projeto SEMPREVIVOS, criado
pelo Presidente Emérito Luiz Carlos Abritta, com as palestras de Elza Aguiar
Neves e Cecy Barbosa Campos, falando sobre Leocádia Godinho e Siqueira e João Corrêa Barbosa Junior,
respectivamente. Uma tarde magnífica onde, além da apresentação dos perfis, pudemos
desfrutar dos ricos de poemas dos homenageados e das palestrantes. A acadêmica
Cey Barbosa Campos veio de Juiz de Fora especialmente para apresentar o Patrono
da cadeira 12, João Correa Barbosa que é seu avô. Na ocasião presenteou os
presentes com o livro que organizou sobre ele: A obra poética de João Corrêa Barbosa Júnior.
Acadêmica:
LEOCÁDIA GODINHO e Siqueira
Patrono:
JOÃO CORREA BARBOSA Junior
Cadeira 012
(1880-1972)
Município
UBÁ
Ano da Posse 1964
|
Acadêmica:
ELZA AGUIAR NEVES
Patrona:
LEOCÁDIA GODINHO
Cadeira 287
(ó25/02/1934)
Município
UBÁ/MG
Ano da Posse 2000
|
Patrono da cadeira 12-AMULMIG:
JOÃO CORRÊA BARBOSA JUNIOR
Professor, Poeta, jornalista,
farmacêutico.
Natural de Rodeiro de Ubá
(26/04/1875-20/06/1939)
|
A
Acadêmica, ocupante da cadeira 12,
Poetisa LEOCÁDIA GODINHO E SIQUEIRA
Elza Aguiar Neves
No ano 2000 tomei
pose na Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, escolhi para minha patrona a poetisa
Leocádia Godinho, ubaense de coração, com quem eu convivi.
Leocádia Godinho,
filha de Ignácio Godinho e de Thereza Vieira Godinho, nasceu em Cachoeira
Alegre, Minas Gerais.
Fez o curso
primário em São Domingos do Prata e o secundário na Escola Normal de Barbacena,
diplomando-se pela de São João del - Rei.
Colaborou em
diversos jornais e escreveu várias obras, conservadas inéditas.
Em Ubá casou-se com
o Sr. Messias Siqueira, tendo deste casamento dois filhos: Dr. Evandro Godinho
Siqueira, médico da Saúde Pública no Rio de Janeiro, funcionário no “Serviço
Nacional da Malária”, e o Dr. Yvanoft Godinho Siqueira advogado falecido aos 26
anos de idade no Rio de Janeiro, quando alto auxiliar do DASP.
Em 1929, Leocádia
Godinho fez parte dos ilustres fundadores do Ginásio Estadual “Raul Soares”,
cabendo-lhe a cadeira de Desenho, matéria que lecionou durante 27 anos,
acumulando 15 anos no ginásio Municipal e, por algum tempo, francês na Escola
Normal “Sacré-Coeur de Marie”, em Ubá.
Dr. Martins de
Oliveira escreveu à poetisa Leocádia Godinho:
“Publique os seus versos quanto antes. Venham eles
imediatamente em livro.
Preste a seu tempo e à sua gente o tributo de seu
coração e de seu nobre espírito.
Somos todos garimpeiros da arte. Muitas vezes, a pedra
que se acha em nossas mãos e que julgamos sem preço poderá ser amanhã joia de
subido valor. O tempo é que irá dizer, um dia, da sinceridade dos homens que
buscaram servir o ideal.
E o ideal, nos dias pragmáticos presentes, é ainda
alguma coisa digna de estima e devoção invariáveis.
Venha seu livro. Quero ter a alegria de a saudar em
público pelo seu devotamento, pela sinceridade de sua intenção, pela riqueza
espiritual de seus versos e , acima de tudo, pela certeza de que, como a
delicada poetisa de Diamantina, Mariana Higina, há de figurar um nome na
galeria das mineiras ilustres- Leocádia Godinho”
A poetisa Leocádia Godinho publicou em 1954
o livro “NENÚFARES”. Publicou a seguir: “Neve na Serra”, 1960, “Na Espiral
da Vida”, 1965, “Nonada”, 1969, “Noite Alta”, 1970, “Nômina”, 1972, todos de
poesia.
Em versos
extravasou seu pensamento sobre o tema, título do livro:
Os nenúfares
Pelas margens do
charco, às bordas pantanosas
Da água verde
estagnada,
Vive profusamente
uma porção alada
De insetos a zumbir
nas sebes espinhosas
Que medram por ali
quais virentes esteiras
Junto das
goiabeiras.
O pântano de agora,
antigamente fora
Corrente cristalina
onde encontrou a cesso
A inquebrável mão
ativa do progresso
Que o rio desviou
cruel e destruidora.
E onde a criança
loura e a criança morena
Alforjavam sorrindo
a cabeça mimosa
Na linfa
mergulhando a face cor de rosa,
Mudou-se
inteiramente a pitoresca cena:-
Pois que, vicejam
lá, num tapete de flores,
NENÚFARES azuis e
brancos, multicores...
Foram 156 poemas, um
retrato de sua vida interior, cheios de sentimentos e muitos dedicados a amigos
nos quais ela cita os nomes e muitas vezes a ocasião e a razão pela qual que os
escreveu.
Em Ubá onde viveu
por muitos anos era ela respeitada e estimada.
A casa onde Leocádia
Godinho residiu, na Rua Padre Gailhac, foi tombada pela prefeitura de Ubá. A finalidade é preservar o imóvel de interesse histórico
e dar-lhe destinação para fins administrativo-culturais.
Escrever sobre Leocádia Godinho é uma forma de trazer a todos a figura de
uma poetisa mineira cujo nome não pode ficar no esquecimento.
Outros poemas – sonetos de
Leocádia Godinho
Home Sweet Home©
Queira abrir o
portão e entrar; a casa é sua;
Nosso jardim
florido o aguarda a cada instante:
Murta, aglaia e
verbena, em floração constante,
Derramam por
ali o aroma que flutua...
Deixe atrás o
gradil que o separa da rua;
No meio de
jasmins, lírios, cravo gigante,
Chegue à porta
e será bem-vindo, visitante,
Quer seja à luz
do sol, quer ao clarão da lua...
O teto é
hospitaleiro e encerra protetor,
Relíquias
ancestrais e livros comme il faut,
Cada sombra
irreal representando um ser.
Venha à nossa
vivenda, à vivenda do amor,
Daquele santo
amor de minha avó e avô...
Venha ao lar em
que vivo e onde espero morrer.
Na Mesma Tecla©
O peregrino ama o fulgor celeste
da rubra estrela que cintila além
quando escurece, quando a noite vem;
A abelha adora de uma flor agreste
o doce pólen que a seduz, também
o mel dourado que a baunilha tem...
Ama a araponga o matagal sombrio
onde o seu canto o arvoredo abala;
a chuva mansa, após intenso estio
a areia ardente em cambiante opala...
A borboleta ama o vergel; o rio
o araçazeiro de folhagem rala;
ama o poeta o sonho fugidio,
eu amo tudo o que de ti me fala!
O PATRONO da Cadeira 12
JOÃO CORRÊA BARBOSA JÚNIOR
O autor - perfil biobibliográfico
João Corrêa Barbosa Júnior nasceu em Rodeiro de
Ubá, Minas Gerais, a 26 de abril de 1875, o quarto dos oito filhos de João
Corrêa Barbosa e Presciliana Rita Corrêa. Seus avós paternos eram Jerônimo
Corrêa Barbosa e Prudência Maria de Jesus e os avós maternos, o português
Justino Alves e Joaquina Soares.
Todos os seus ascendentes foram agricultores nas
terras de Ubá. O pai foi também Capitão da Guarda Nacional. Todos os filhos do
capitão trabalharam na lavoura por algum
tempo, sendo que o menino João teve encargos mais leves por não ter a
mesma condição física dos irmãos, fortes e robustos. Com a saúde frágil, foi,
em certa ocasião, acometido de pleurisia, doença pulmonar em virtude da qual
teve que fazer uma punção, um procedimento delicado naquela época. Mas, mesmo assim,
ao se recupera, não foi poupado do trabalho que lhe era reservado, tendo que
ser candeeiro de bois, uma ocupação que não exigia tanto esforço físico como labutar
na terra.
No momento adequado, o pai encaminhava os filhos
para os estudos no Caraça. Foi este o destino de João e dos irmãos Joaquim, Plácido
e Francisco. Só o mais novo, Antonino, não estudou no conhecido colégio. De lá,
João Corrêa Barbosa Júnior
foi estudar em Ouro Preto, onde concluiu os preparatórios,
segundo o certificado de conclusão datado de 12 de fevereiro de 1898.
Em seguida, foi para o Rio de Janeiro e ingressou
na Escola Militar da Praia Vermelha. Parece não ter se adaptado bem à rígida
disciplina que era imposta aos estudantes e, em certa ocasião, foi convidado com
um grupo de colegas a deixar aquela casa. Em pouco tempo, a instituição reviu
esta atitude e os alunos foram anistiados, podendo voltar à Escola Militar, mas João preferiu a vida civil e se encaminhou
à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde fez o curso de Farmácia,
graduando-se em 1902.
Desde os tempos de Ouro Preto, sua vocação para as
letras já se manifestava. Há escritos seus em prosa datados a partir de 1896,
manuscritos com letra bem pequena, em papel desgastado pelo tempo e de difícil
leitura. Parece que, na mesma época, começou a escrever poesias, não se preocupando
em organizá-las ou guardá-las com cuidado. Algumas foram encontradas em pedaços
de papel dentro de livros, em beiradas de jornais ou papel de embrulho,
escrevia naquilo que estivesse ao seu alcance no momento da inspiração.
Com a sua formatura em 1902, retorna à sua terra
natal e começa a exercer a profissão de farmacêutico. Entretanto, os negócios
não iam bem e ele abandona a farmácia, indo para Itaperuna, onde vai dirigir o "Itaperunense",
como redator-chefe. Fundou também um pequeno jornal, "O Balão", em
Varre-Sai, localidade do Estado do Rio de Janeiro.
Pouco tempo depois, volta para Rodeiro e reabre a
farmácia. Em 27 de abril de 1904, casa-se com Maria Cardoso Duarte, portuguesa,
e vive em Ubá até 1918. Decide-se tentar a vida em Juiz de Fora e muda-se com
esposa e filhos para esta cidade mineira onde dirigiu a Farmácia Corrêa até a
sua morte, em 20 de julho de 1939. Este período, de 1918 a 1939, proporcionou-lhe
muitas alegrias e tristezas. Teve nove filhos, dos quais oito sobreviveram, e
sofreu a perda de sua amada esposa, musa inspiradora a quem ele se referia como
"Mon Étoile".
Intelectual mente, teve uma vida muito produtiva.
Lecionou na Academia de Comércio, instituição tradicional na cidade, hoje Colégio
Cristo Redentor; foi professor na Escola de Farmácia e Odontologia de Juiz de Fora;
escreveu e publicou o livro Elementos de Química Toxicológica, que foi adotado
no curso de Farmácia; colaborou em
vários jornais locais, como "Gazeta
Comercial", "Jornal do Comércio", "Farol",
"Folha Mineira", "Diário de Minas", "Correio de Minas"
e outros. Escrevia também para jornais de Ubá, a "Gazeta de Ubá" e
"O Imparcial''.
Também a sua atividade como jornalista é
dificilmente averiguada na totalidade, pois os jornais foram guardados
precariamente, com cortes mal feitos e nos quais, às vezes, não é possível encontrar
nem o nome nem a data da publicação. Outro complicador é a diversidade de
identificações do autor: encontramos diferentes assinaturas, J.C. Barbosa, C.
B., J. Corrêa Barbosa. Utilizava ainda vários pseudônimos, como P. Santa Cruz (identificável
por ter sido ele o criado de uma fórmula para a conhecida Pomada Santa Cruz), Helena Duvalli, Rigollot e ainda,
provavelmente, D. Xiquote e Aleixo Penna.
Tornou-se admirado como jornalista e, em 1957, por
ocasião do centenário da cidade de Ubá, o seu nome foi lembrado como um dos dez
melhores jornalistas do centenário. Seus trabalhos em prosa caracterizavam-se pela
objetividade, clareza e linguagem contundente, sempre manifestando sua opinião
sem subterfúgios, atacando obras e atitudes de pessoas influentes com coragem e
determinação.
Publicou uma série de crônicas e versos satíricos
sob o título de "Sinapismos", com o pseudônimo Rigollot, em alusão
aos emplastos revulsivos criados pelo farmacêutico Paul Jean Rigollot. O poeta
critica políticos, pretensos escritores e a sociedade em geral.
Nos artigos publicados, em seus manuscritos e no
diário que escreveu de 1927 até véspera de sua morte em 1939, João Corrêa
Barbosa Júnior deixou registrados fatos da história do país, traços biográficos
de personalidades da época, comentários sobre obras literárias e escritores famosos,
além de poemas e contos de sua autoria. Assim, verificamos sua preferência por
Machado de Assis, Camões e Cervantes. Tornamos conhecimento de sua opinião
sobre vulto de destaque como João Pinheiro, Artur Bernardes, Hermes da Fonseca,
Rui Barbosa, Antônio Carlos e outros. Com bom humor, escrevia também
propagandas para as fórmulas que criava: o fortificante Arrheno-Kola, a Pomada
Santa Cruz, o Pó Anti-dispéptico e cremes diversos.
Destacou-se por sua atuação no III Congresso
Brasileiro de Farmácia, no qual foi eleito presidente da 36 Seção da Comissão Científica,
realizado em Belo Horizonte e Ouro Preto, de 14 a 21 de abril de 1939. Os
jornais mencionaram a sua brilhante participação como representante da Escola
de Farmácia e Odontologia no evento, com artigos, de A. V. Magaldi, presidente
da União Farmacêutica de Juiz de Fora, de Gumercindo Machado, diretor da
sucursal do "Radical", com o título "O espírito de brasilidade
de um professor montanhês", de J. G. Freitas Campos, no artigo
"Revendo Ouro Preto", em que trata sobre o discurso pronunciado por
seu antigo mestre Corrêa Barbosa. Esse mesmo discurso, proferido a 17 de abril
de i939, veio a ser publicado na forma de um opúsculo.
Sua morte repentina, em 20 de julho de 1939, quanto
contava 64 anos, chegou pouco tempo depois da aprovação de sua tese para o
concurso de catedrático em Bromatologia, na Faculdade de Farmácia e Odontologia
de Juiz de Fora e foi muito sentida por alunos, amigos, admiradores e sem dúvida
pelos seus familiares e os oito filhos aos quais dedicou sua vida desde a
prematura morte da esposa, aos 42 anos. Sua partida repercutiu, tristemente,
junto aos clientes da Farmácia Corrêa, que sempre contavam com a ajuda do
farmacêutico prestimoso, acolhedor e desinteressado pecuniariamente. Sua
generosidade foi mencionada em artigo na "Folha Mineira" de 4 de
agosto ele 1939, por A V. Magaldi, com as seguintes palavras: "Da farmácia
ele fez um lar maior, onde a clientela
era sua grande família. Um sacrário onde exerceu o seu sacerdócio, com extrema
correção, sem medir tempo nem canseiras, nem lucros pecuniários, pondo nele
todo o seu talento, toda sua habilidade, todo o seu altruísmo.". Hoje, dá nome
a uma das ruas de Juiz ele Fora, no bairro Santa Terezinha. É lembrado, ainda,
como patrono da cadeira de número 12 da Academia Municipalista de Letras de
Minas Gerais (AMULMIG) e patrono da cadeira de número 37 da Academia Juiz-Fora
na de Letras (AJFL).
Cecy Barbosa Campos
Alguns poemas do livro A Obra poética de JOÃO CORRÊA BARBOSA JÚNIOR
Mon étoile©
Minha estrela tu foste! Linda estrela!
Tua alma tinha um resplendor tão raro,
Que o meu destino se guiou por ela
Sem nunca se enganar
E foste, para mim, seguro amparo.
Desde o sopé da íngreme ladeira
A mão me deste e o teu melhor conselho.
Tu bem soubeste ser a conselheira;
Ante à qual eu devia,
Sem quebra de altivez dobrar o joelho.
Tantos anos felizes, doce amiga,
Somente Deus, pela divina graça,
Pode deixar que outro casal consiga!
Que tenham nossos filhos
A dita de beber por esta taça!
É bem certo, porém, que a desventura
Ocupa o leito da desolação
E fere lentamente a criatura
Que se sente feliz,
Em pleno peito, em pleno coração.
02 de fevereiro de 1934.
Um crucifixo
Esta imagem de Cristo, que domina
Toda a silente nave da capela;
Que o templo inteiro e as almas ilumina,
Todos os atos da Paixão revela.
Transfigurada a face outrora bela,
Da fronte genial que ora se inclina
Parte um olhar de mágoa sobre aquela
Virgem Mater, castíssima e divina.
Há no seu corpo macerado e torto
Toda a impressão de dor e desconforto,
Toda a beleza trágica do feio!
É de todas, porém, que tenho visto,
A mais perfeita imagem... pois não creio,
Que fosse belo, quando morto, o Cr isto!
27 de março de 1900
A seca
Dezembro. O sol, do alto, dardejava;
Sobre a campina raios flamejantes;
E a caravana enorme dos marchantes
Magras vitelas, velhos bois laçava.
Nem um arbusto verde resta agora
Nessa campina, outrora verdejante,
Onde pastava o nédio touro errante,
Mugindo às vacas pelo vale em fora.
Nem uma flor existe na capoeira
Que engrinaldava a beira das estradas;
Nem mais o sal que vinha da barreira,
Nutri r dos bois as céleres manadas.
E hoje, gemendo vai o pobre gado,
Sem repousar sequer u m bocadinho;
E em busca de ervas pelo extenso prado,
Morre de fome à beira do caminho.
06 de fevereiro de 1898.
A Palestrante
ELZA AGUIAR NEVES
Elza é natural de
Viçosa/MG, casada com o Engº Agrônomo José do Carmo. Professora, contabilista, design e escritora
– prosa e verso. Tem expressão em contos, crônicas, poesia e,
sobretudo, em literatura infanto-juvenil como autora e ilustradora. Reside em
Belo Horizonte/MG.
Em 2009,
articulou e desenvolveu o Projeto “Encontro com a Leitura”. Participou do
Projeto Projovem Adolescente e Fórum das Letras, em Ouro Preto/MG.
Academias:
o Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais –
AMULMIG - Belo Horizonte/MG,
o Academia Feminina Mineira de Letras - Belo Horizonte/MG,
o SBPA – Sociedade Brasileira de Poetas Aldravianistas –
Mariana/MG
o Acadêmica Correspondente da Academia Ubaense de Letras –
Ubá/MG
o Embaixadora Universal da Paz pelo Cercle Universel des
Ambassadeurs de la Paix, Suisse/France.
Algumas publicações:
Prosa e Verso:
1. Cristais – poesia – Prêmio Internacional Brasil América Hispânica, da
Academia Feminina Mineira de Letras.
2. Drusa – poesia – Prêmio Feminino Lacyr Schettino de Poesia da Academia
Feminina Mineira de Letras.
3. Pedras do Tempo – poesia.
4. Contos de areia – contos.
5. Alfazemas e Corais – crônicas.
6. Infanto-juvenis:
7. Sob o céu de Casa Branca.
8. Reno – Prêmio de Literatura Infantil e Infanto-Juvenil Centenário Alaíde
Lisboa de Oliveira, da Academia Mineira de Letras, Academia Municipalista de
Letras de Minas Gerais e Academia Feminina Mineira de Letras.
9. Depois do Arco-íris.
10.
Sinfonia viva.
11.
Asas ao vento.
12.
Carol, a boneca que tem alma.
13.
Uma lua rosada e a estrela fujona.
14.
Vem da mata o grito de paz.
15.
O Espantalho amigo.
16.
Dunco, o macaco trapalhão.
Participa de
várias antologias nacionais e internacionais com outros escritores decorrentes
de prêmios literários. Colabora com edições da AMULMIG. Colabora no Jornal O
Popular de Viçosa/MG.
Verbete:
“Dicionário de Mulheres” de Hilda Agnes Hübner Flores.
Agraciada com a
Medalha dos 40 Anos – Jubileu de Rubi, da AMULMIG, com o Certificado de Honra
ao Mérito e Medalha de Ouro da Governadoria do Instituto Brasileiro das
Culturas Internacionais de Minas Gerais, 2010 e Diploma Destaque Cultural
Internacional Amulmig 2010. Troféu “Cecília Meireles – 2011”, Categoria
Especial, no evento “Mulheres Notáveis” em Itabira, Minas Gerais.
A poesia de
Elza Aguiar Neves
Aldravias©
no
topo
do
pinheiro
ninho
vazio
|
recordar
é
curvar
diante
do
passado
|
a
lua
esbanjando
charme
usa
prata
|
folhas
ao
vento
falas
da
natureza
|
ipês
floridos,
pétalas
dourando
as
calçadas
|
os
pássaros
gorjeiam
uma
sinfonia
natural.
|
tempo
redemoinho
misturando
esperança
e
saudade
|
o
céu
cinzento
derrama
translúcidos
cristais
|
colore
saudades
em
tons
rosa
anil
|
pedras
rústicas
cobrindo
os
caminhos.
Simplicidade
|
Poema livre:
Doce Convívio©, do
livro Drusa.
“Como que acordando
de um sonho,
confiro
minha imagem no
espelho,
sinto
o efeito do tempo.
Foi tão doce
o nosso convívio,
o caminhar a dois
que não percebi
A palestrante
CECY BARBOSA CAMPOS
Cecy é natural de Juiz de Fora,
MG. Bacharel em Direito e Licenciada em Letras/Inglês. Mestre em Letras pela Universidade
Federal de Juiz de Fora, de onde é professora aposentada atuando no ensino,
pesquisa, extensão e administração. Participou do Projeto Helen Keller, para
deficientes visuais, em convênio da Faculdade de Educação, Colégio de Aplicação
João XXIII e Associação dos Cegos de Juiz de Fora. Continua na Associação dos
Cegos, como voluntária, dirigindo Rodas de Conversa que incluem discussão de
textos e oficinas de poesia. Tem um livro de aldravias no prelo, com a versão
comum e a versão em Braille, o “Respingos Poéticos”.
Pertence a academias de letras e instituições
culturais no Brasil e no exterior. Publicações: antologias, capítulos de
livros, prefácios, artigos, anais de congresso e 11 livros solo. Entre eles, Crepusculares, lançado na Semana
Luso-brasileira, em Portugal, e Animais
encantados na poesia: aldravias infantis, o primeiro livro de aldravias
infantis publicado no Brasil, em 2014 e o atual A obra poética de João Corrêa Barbosa Júnior. Entre as suas
premiações destacam-se, em 2017 o 1º lugar na categoria ensaio, no Concurso
Interno de Literatura da UBE/RJ com “Memória e Contemporaneidade em Ponciá
Vicêncio, de Conceição Evaristo” ; 1 lugar no Concurso de Literatura da
ABRAMES, com o ensaio “Quarto de Despejo e o espectro da fome”. Em 2018 foi
classificada com o 2 lugar no Concurso Interno da UBE/RJ com “Teixeira e Sousa-
um autor esquecido” e com Menção Honrosa na ABRAMES, com Maria Firmina, uma
maranhense. No Concurso Internacional de Literatura da UBE/RJ 2018 para livros
publicados em 2017 obteve o 2º lugar com o livro “Redoma de Aldravias”.
Entre as diversas entidades culturais de faz parte
de: Alacib - Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, SBPA - Sociedade Brasileira de Poetas
Aldravianistas, Conselho da Ajeb/RJ –
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, União Brasileira de
Escritores/RJ, Academia Juiz-forana de Letras/MG, Academia Granberyense de
Letras, Artes e Ciências, Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa, Academia
Pan-Americana de Letras, Associação Inclusiva de Autores Brasilienses, Conselho
de Museu Mariano Procópio, Acadêmica Correspondente da Academia Ubaense de
Letras-Ubá/MG, Academia Internacional de Heráldica (Lisboa), Academia
Portuguesa Ex-Libris, Universidade Lusófona de Humanindades e Teconologias,
Academia de Letras e Artes de Portugal, International Writersand Artists
Association (USA), Divine Académie de Artes, Lettres e Culture Française.
Poemas de Cecy Barbosa Campos
FIAT
LUX ©
O dia abriu os olhos
e enxergou , com tristeza ,
as misérias do mundo.
Vendo homens e mulheres
maltrapilhos,
aconchegados em vãos de portas
que para eles
nunca se abririam,
chorou.
Não conseguiu acender as luzes
do sol,
nem conseguiu fazer
a luminosidade da alegria
baixar sobre aquelas cabeças
sem teto.
A escuridão permanece.
Falta luz às cavernas
da desumanidade
e da ignorância.
ÁLBUM ©
Desfolhando o
velho álbum de retratos
que jazia
abandonado em alguma prateleira,
relembrei
pessoas que estavam esquecidas
e não reconheci
imagens que eram minhas.
O tom amarelado
esmaecia
sorrisos
jovens que ficaram tristes;
tirava o viço de
vidas tão distantes
e que um dia
foram parte da minha vida.
Entre as velhas
amizades retratadas
revi amigos dos
quais eu lembro os nomes
e outros, dos
quais mais nada resta
porque ficaram
perdidos pelo tempo.
Ao contemplar
aquelas fotos desbotadas
vou rejuntando,
aos poucos, os pedaços
de uma história
que nem sei se já vivi.
OLHAR CEGO ©
Quando te olho,
o meu olhar é cego,
não quero ver
aquilo que não quero.
Só enxergo alguém que
não existe,
um ser
imaginário que me engana.
Iludida vou
seguindo pela vida
Vivendo
fantasias perpetradas
pela
vontade de amar uma quimera.
Quando eu puder
arrancar
a capa que te
cobre
e então
discernir a tua realidade,
serei mais feliz?! ... não sei,
talvez prefira
conservar a venda
que meu olhar encobre
e continuar a
ver apenas o que quero.
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