A Amulmig deu início nesta data de 12
de junho a implementação do Projeto SEMPREVIVOS, idealizado pelo acadêmico e
presidente emérito Luiz Carlos Abritta. Como dito pela cerimonialista Angela
Togeiro, na abertura da reunião solene, projeto “em que se procura evidenciar
aqueles acadêmicos que contribuíram para construir a história de nossa casa e,
sobretudo, fortalecê-la para chegar até nós, sucessores e construtores da
palavra. Por isso, todos nós temos o dever e prazer de honrá-la e fazê-la
crescer cada dia mais, acolhendo valores intelectuais dos nascidos ou estabelecidos
no Estado de Minas Gerais para, seguindo o exemplo dos SEMPREVIVOS, deixá-la
aos nossos sucessores”, lembrando ainda a data de fundação em 1963 e seu
crescimento no tempo.
Nesta primeira data, homenageou-se o
acadêmico Antônio Teixeira de Queiroz, acadêmico e patrono, como segue.
O Acadêmico
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O Patrono
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Cadeira 037
Acadêmico
ANTÔNIO TEIXEIRA DE QUEIROZ
(1915-1981)
Patrono
TEIXEIRA DE PASCOAES
(Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos)
Município
AMARANTE/PORTUGAL
Ano da Posse 1967
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Cadeira 187
Acadêmica
MARIA ARMANDA CAPELÃO FERREIRA
Nasc. 17/04
Patrono
ANTÔNIO TEIXEIRA DE QUEIROZ
Município
Trancoso/PORTUGAL
Ano da Posse 1990
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No mês de junho, no dia 10, comemora-se
o Dia de Portugal, Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, Dia da Língua
Portuguesa, Dia do Santo Anjo da Guarda de Portugal. A celebração neste dia
remete à morte de Camões de 10 de Junho de 1580. Assim neste 12 de junho, em seguida à Oração de
São Francisco, patrono da Amulmig, em homenagem a Portugal, ao imortal Antônio
Teixeira de Queiroz, à sua família, aos portugueses e descendentes no Brasil,
ouviu-se o Hino Nacional Português, cuja letra foi distribuída entre os
presentes.
A academia teve a grata satisfação de
receber a filha e herdeira do talento literário de Antônio Teixeira de Queiroz,
Sra. Yvelise de Araújo Queiroz e Crepaldi. A Sra. Yvelise foi apresentada em
discurso escrito pela presidente emérita e presidente do Conselho Superior
Elizabeth Rennó, aqui transcrito, e lido pela acadêmica Ismaília de Moura
Nunes.
Homenagem ao Acadêmico Antônio
Teixeira de Queiroz
Esta sessão
Comemorativa comprova o espírito comunitário que rege a AMULMIG. Na lembrança
de seus Acadêmicos falecidos, no congraçamento de seus membros atuantes, aqui
se respira o clima benfazejo da união, da confraternização, do convívio ameno
e fraterno que a caracteriza.
Não se encontram
rivalidades e malquerenças em nosso meio, nem as questões de menor valor são
vividas por nós. A amizade e a fraternidade são nosso traço de união.
Ao recebermos Yvelise
Queiroz e Crepaldi nesta tarde, queremos demonstrar a satisfação em tê-la
conosco.
A Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais
escreve a sua história conservando a memória de sua
existência, de suas sessões literárias, de sua biblioteca, de seus
aniversários e lembranças dos que já se foram e permanecem conosco.
Comemora-se o
passado fazendo história e guardando suas rememorações mais significativas.
A nossa
palestrante Yvelise Queiroz e Crepaldi é escritora já consagrada pelos
inúmeros prêmios recebidos.
Nosso saudoso
José Afrânio Moreira Duarte, seu amigo e incentivador, no Prefácio do livro
de estreia de Yvelise Real e Virtual, analisa a sua
escrita:
...seus contos são muito bem urdidos e
estruturados na imaginação da autora.Tudo é feito com apuro mas sempre com o
sentimento sobrepujando a técnica.
Yvelise pertence
à Academia Itajubens de Letras e ali é figura atuante.
Por ocasião do
Cinquentenário dessa Academia, em 2014, em Sessão Solene, a Câmara Municipal
de Itajubá prestou-lhe merecida homenagem. Fui convidada a saudá-la nesta
noite festiva em que a entidade recebeu
os encômios devidos ao valor cultural, que apresenta.
A esta Sessão
Solene esteve presente a nossa Acadêmica Irmã Ernestina Rémusat Rennó, também
pertencente à Academia Itajubense.
Aqui é lembrado, com grande carinho, o seu nome.
Yvelise relembra
seu pai Acadêmico Antônio Teixeira de Queiroz, membro da diretoria da
AMULMIG, em 1967, aqui deixando a marca de uma presença ilustre de
intelectual e poeta.
A nossa Academia
Municipalista une o presente e o passado em sua história.
Preserva a sua
memória no relembrar seus antigos componentes e empreende em suas sessões o
caminho para a modernidade.
A Acadêmica Maria
Armanda Capelão fará esta Sessão da Saudade em memória de seu patrono Antônio
Teixeira de Queiroz, interpretando os sentimentos de nossa entidade.
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Sra. Yvelise de Araújo Queiroz e Crepaldi
nos fez um brilhante e tocante discurso, visando não apenas o acadêmico, mas o
homem e o pai também. Apresentou alguns de seus poemas e magníficos sonetos, cedidos
para apresentação nesta página. Antônio Teixeira de Queiroz é autor, entre
outros, do poema “Cristo ensanguentado”, que foi editado e distribuído entre os
presentes.
Viver©
Antonio Teixeira de Queiroz
Ter fome de uma coisa
desejada
E ter pena dum sonho
que finou;
Sentir calor na chama
já apagada
E ter amor a quem nunca
nos amou
Olhar para o passado já
distante
Que tristemente vimos
extinguir;
Sofrer dores da vida a
cada instante
Com a máscara perpétua
de sorrir;
Amar uma mulher
profundamente
Amá-la com esperança
forte, quente,
Em silêncio sem nunca
lho dizer;
Correr o mudo em busca
da ilusão,
Tendo a saudade em
nosso coração,
Assim é a vida e isto é
que é viver.
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Interrogação©
Antonio Teixeira de Queiroz
Quem foi que assassinou meus sonhos de criança?
Que tirou a ilusão à vida que vivi?
Quem roubou à minha alma a luz da confiança
Que era tudo o que tive e tudo o que perdi?
Quem foi que me deixou em trevas mergulhado
Entregue à minha dor num mundo tão sofrido?
Quem foi que fez de mim um triste revoltado
Lutando na impotência amarga de vencido?
Quem foi que me acordou do sono milenário
Para erguer no meu peito, mísero calvário
Mais uma nova cruz, a cruz dos redimidos?
Talvez fosse um amor, talvez uma saudade,
Um carinho, um desejo, a própria humanidade
Na multiplicação de todos os gemidos.
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Eu sou©
Antonio Teixeira de Queiroz
Eu sou, sei lá, talvez
uma ilusão
Que o vento impele pela
vida afora
Um sonho por findar,
recordação
De algum distante amor
que fui outrora.
Creio ter alma e sinto
a ansiedade
De conhecer a vida e
donde vim
E julgo ser um eco da
saudade
Que paira, eternizada,
dentro de mim.
Eu sou... sei lá,
talvez uma quimera,
Inverno que procura a primavera
Na fantasia audaz dum
sonhador.
Eu sou... eu sou... sei
lá o quê, um nada
Abrasado na chama
abençoada
De uma enorme esperança
e um grande amor.
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Na ocasião, em discurso alusivo ao
homenageado e à terra lusa, usaram da palavra os acadêmicos, Luiz Carlos
Abritta, Jair Barbosa da Costa, Marilene Guzella Martins Lemos e recital de
Maria Armanda Capelão Ferreira com o seu belo poema “Pátria”, e do presidente
Vanucci, que no uso da palavra teceu elogios à memorável tarde. À Yvelise foi
entregue pelo presidente, cópia da Ata de posse de Antônio Teixeira de Queiroz,
havida em 1967.
Por Columbano Bordalo Pinheiro (1910; generic design); Vítor Luís Rodrigues; António Martins-Tuválkin (2004; this specific vector set: see sources) - http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/republica/simbolos/bandeiras/index.html#imgs, Domínio público, Hiperligação |
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